Como as Tillandsias conseguem absorver água pelas folhas???

como-cuidar-de-tillandsias-água
Tillandsia stricta, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
Foto tirada por Márcia Valle
Essa postagem originalmente fazia parte de outra publicação MUITO maior, mas devido ao seu tamanho e importância, acabou ganhando um espaço só pra ela. 
Se você deseja vela (e eu IMPLORO que você faça isso srs, primeiro porque tem informações fantásticas a respeito das plantas epífitas :), e segundo porque essa publicação aqui vai fazer muito mais sentido se você tiver lido a outra), basta clicar no link abaixo

Não parece, mas as folhas (que são estruturas produzidas pelas plantas para realizar a fotossíntese) são estruturas muito, mas MUITO delicadas, e elas acabam pagando um preço muito alto por ficarem expostas ao ambiente o tempo todo. Não parece muito, mas o vento e o sol excessivo (aquele sol que vai das 10:00 as 15:00 da tarde) são agentes que são capazes de prejudicar muito as folhas (fazendo elas perderem muito água, o que acaba levando a planta inteira a ficar desidratada). 
Para evitar a perda de água excessiva, as plantas protegem as suas folhas através de várias estratégias distintas, uma mais diferente que a outra. Uma das estratégias mais conhecidas consiste em recobrir toda a superfície da folha com escamas protetoras especiais (os chamados Tricomas Peltados)
como-cuidar-de-tillandsias
Fonte
As plantas mais conhecidas por usar essa estratégia são as bromélias do gênero Tillandsia (que são conhecidas popularmente como Plantas do Ar ou Cravo do Mato). Junto com os cactos, essas plantas são os vegetais mais especializados em viver em ambientes áridos (árido pode ser sinônimo de ambiente Xérico). 
Essas escamas que recobrem as folhas das Tillandsias são incríveis. Elas são usadas de maneira espetacular por essas plantas para obter água, nutrientes e refletir o excesso de radiação solar. As raízes das Tillandsias são usadas unicamente para prender a planta no suporte a onde ela está (a raiz não consegue absorver nada), então para se manter hidratada e nutrida, a planta só pode contar com as suas escamas. 
O mecanismo de absorção feito pelas escamas é um BEEEEEEM complexo, então eu vou simplificar ele ao MÁXIMO que eu consigo, tudo bem? Para começar, imagine que as escamas das Tillandsias fossem como forminhas de brigadeiro.
Fonte
Imagine que essas forminhas de brigadeiro estão cobrindo toda a superfície da folha, uma do ladinho da outra (elas são estruturas que estão a cima da epiderme da folha). O fundo da forminha de brigadeiro (ou seja, da escama) é chamado de Disco Central, e as laterais da forminha são chamadas de Asa. Essas duas estruturas da escama têm funções diferentes.
O Disco Central funciona como uma tampa, e a função dele é cobrir um poro que está situado abaixo dele (o disco está grudado no poro). Esse poro é responsável por absorver água e leva-la para dentro da folha (esse é o único local por onde a água líquida pode entrar). O que isso significa? Significa que o disco está grudado no poro para impedir que a água saia da folha.
Já a Asa tem duas funções: a primeira delas é servir como uma espécie de “para raio” da umidade (essa estrutura facilita a condensação da umidade que existe no ar), e a segunda é funcionar como uma espécie de guarda sol reflexivo (ela reflete o excesso de radiação solar que atinge a folha – ou seja, tem a mesma função da cutícula).
Imagem detalhada de uma escama verdadeira
Essa foto foi retirada do artigo intitulado Anatomia foliar de Tillandsia L. (Bromeliaceae) dos Campos Gerais, Paraná,Brasil

Pois bem, sabendo disso, como a água é absorvida? O mecanismo funciona da seguinte forma.

tillandsias-absorver-água
Imagens ilustrativas mostrando como funciona o mecanismo de absorção de água pelas escamas das Tillandsias
As ilustrações foram retiradas do site cronodon.com

Quando a água se condensa pela ponta da Asa (ou seja, quando ela deixa de ser vapor e fica líquida), ela escorre até o Disco Central e é absorvida por ele (o disco funciona como uma esponja). Quando o Disco Central está cheio de água, ele simplesmente passa a funcionar como se fosse uma espécie de tubo de água. A água que está dentro do disco passa a escorrer diretamente para dentro do poro que está abaixo dele. Quando isso acontece, a folha finalmente consegue absorver a água. O Disco Central permite com que a água líquida entre na folha, mas não permite com que a água saia da folha (por mais que a água esquente e evapore dentro da folha, ela não consegue sair, porque o disco está bloqueando o poro). Quando o Disco Central está cheio de água, ele acaba deixando a Asa paralela à superfície da folha (com o disco seco a asa fica levantada, e com o disco molhado a asa fica abaixada/achatada), e quando isso acontece, a Asa deixa de captar a água que está no ar e passa captar a água que está na superfície da folha. A Asa, pelo fato de ser cumprida e muito fina, acaba meio que “puxando” a água que está na superfície da folha, fazendo uma espécie de “caminho” para ela entrar no Disco Central (esse processo de puxar a água é chamado de Capilaridade). Então quando a Asa está achatada, ela passa a funcionar como uma pequena bomba de sucção. 
Imagine uma folha cheia dessas pequenas bombas de sucção, sugando absolutamente qualquer gota de água que se forme sobre ela? É um mecanismo de absorção simplesmente EXCELENTE


Esse é um vídeo ilustrativo mostrando como a absorção de água é feita pelas escamas
A animação foi feita pelo Eco-Artista Lloyd Godman

E essa é uma filmagem ilustrando o processo de absorção de água em plantas cultivadas
O vídeo foi publicado pelo canal KarnivoresTV
Como as escamas recobrem toda a superfície da folha, isso significa que quando as Asas das escamas estão deitadas/achatadas sobre a folha, é formando um filme (uma película) por cima delas (é como se a folha estivesse encapada com uma espécie de plástico filme natural).
As escamas são translucidas, então ela reflete a luz e passa um aspecto de cor branca pra quem olha. Quanto mais escamas a planta tiver (e quanto maiores forem as Asas delas), mais branca ela vai aparentar ser. 
Quando a escama fica molhada, ela fica meio que transparente, e quando ela fica transparente, ela deixa de refletir a luz (ou seja, deixa de ficar branca) e deixa a cor verde da folha ficar visível para quem olha. A cor verde só aparece por pouco tempo, pois assim que as escamas secam, a folha passa a ter um aspecto de branco novamente.








Tillandsia recurvata (a planta grande) e Tillandsia loliacea (a menorzinha)
Fotos feitas por mim em minha casa, Goiânia, Goiás, Brasil 
Vejam a diferença do antes e depois de borrifar água nas folhas
Apesar de toda a complexidade envolvida por traz desse mecanismo de absorção de água, ele tem uma “falha” muito grande por traz dele (estava bom de mais pra ser verdade). 

Como eu mencionei anteriormente, quando as Asas das escamas estão achatadas, elas formam uma espécie de película que reveste a folha, e isso acaba criando um grande problema. Lembra dos estômatos?


Imagem ilustrativa dos diferentes tipos de tecido que estão presentes em uma folha
 Essa foto foi retirada do blog do Prof. Djalma Santos, que tem uma publicação muito boa falando a respeito dos diferentes tipos de tecidos vegetais

Imagem ilustrativa de uma folha, mostrando o estômato no lado de baixo da folha
Fonte
Eles são poros que estão na epiderme da folha, e são responsáveis por deixar o CO2 (que precisa entrar pra planta fazer fotossíntese) e o O2 (não se esqueça que a planta também respira) entrarem para dentro da planta. 
Se as escamas ficarem achatadas por cima da epiderme, um espaço vazio vai acabar se criando entre elas (a epiderme em baixo, as escamas em cima e um espaço no meio). Se esse espaço vazio ficar preenchido com água, como é que os estômatos da folha vão conseguir abrir para permitir a passagem de CO2 e O2 ? Simples, eles NÃO VÃO permitir. 
É inacreditável, mas se as folhas da Tillandsias ficarem muito tempo em contato com água, os seus poros começam a ficar obstruídos (como é que eles vão abrir, se tem água em cima deles?), e a planta corre um risco REAL de simplesmente morrer AFOGADA. Já imaginou alguém morrendo por afogamento no meio de um deserto? Eu nunca, mas essas plantas podem correr esse risco, acredite se quiser. 
Mas então, como é que elas fazem para evitar isso? Existem basicamente duas táticas diferentes que são utilizadas pelas plantas.

A primeira tática é utilizada pelas tillandias que vivem em climas mais secos (ou seja, mais Xéricos)


Ilha Santa Catalina, Baixa Califórnia, México
Foto tirada por Glenn McCrea (© 2015Glenn
Ambientes Xéricos possuem uma disponibilidade de água muito limitada. São lugares onde a chuva cai de maneira muito irregular (as vezes chove, as vezes não), geralmente em espaços curtos de tempo e em poucas quantidades ao longo do ano. Os desertos são ambientes tipicamente Xéricos
E a segunda tática é utilizada pelas tillandsias que vivem em climas mais úmidos (ou seja, mais Mésicos).

Fonte
Ambientes mésicos possuem uma disponibilidade de água é bem constante. São lugares onde a chuva cai de maneira muito regular, e em grandes quantidades ao longo do ano. A maioria das plantas do nosso planeta vivem em ambientes Mésicos, e grande parte delas nós podemos encontrar vivendo nas florestas (aquelas mais úmidas como a Amazônia, ou aquelas florestas mais secas, como o Cerradão). 
Agora vamos falar de cada uma das táticas para podermos entender como elas fazem para não se afogar

#1º Primeira tática – Tillandsias de ambientes secos (Xéricos)
Na verdade, essa não é bem uma tática. Essas tillandsias que vivem em ambientes secos realmente podem morrer afogadas se as suas folhas ficarem muito tempo em contato com água. 
A questão é: porque elas vão se preocupar com isso? Essas plantas vivem em lugares onde raramente chove, e quando chove, a umidade do ar some tão rápido que elas mal têm tempo de conseguir absorver alguma coisa. Então elas simplesmente não se preocupam muito com isso.
Tillandsia landbeckii, Deserto do Atacama, Chile.
Foto tirada pelo fotógrafo GerhardHüdepohl

como-cuidar-de-tillandsias-rega
Detalhe das folhas e caule de Tillandsia landbeckii
Foto tirada por Spiniflores
Um exemplo de tillandsia que vive em um ambiente REALMENTE Xérico é a Tillandsia landbeckii. Essas tillandsias vivem no deserto do Atacama, o deserto mais seco do mundo. É tão seco que não existem árvores para essa tillandsia manter o seu habito holoepífito, então ela é forçada a crescer sobre a areia. Esse deserto pode ficar facilmente sem ver uma única gota de chuva durante vários SÉCULOS. 
Como elas sobrevivem nesse meio? 
Foto tirada pelo fotógrafo Gerhard Hudepohl

Foto tirada pelo fotógrafo Gerhard Hudepohl

Foto tirada pelo fotógrafo Gerhard Hudepohl
Essas tillandsias vivem na borda do deserto que faz divisa com o oceano pacífico. Normalmente durante o inverno (Junho a Setembro na região), uma névoa (que é chamada de Garúa ou Camanchaca) se forma sobre o oceano pacífico e vai de encontro ao continente, subindo pelas montanhas que podem ter até 1.000 metros de altitude. Quando chega ao topo, a umidade da névoa se concentra e acaba se condensando nas folhas da Tillandsia landbecki. É nesse momento onde ela consegue absorver a umidade da névoa. 
Essa névoa NÃO forma chuva, então a ÚNICA forma de alguém conseguir aproveitar a água que está nela é arranjando um jeito de retirar a umidade do próprio ar. Essa névoa não se espalha por todo o deserto, ela só vai até alguns poucos quilômetros pela borda, o restante do deserto que não recebe a névoa é praticamente estéril, quase nenhuma planta consegue viver deserto a dentro. 
Resumindo, essas plantas não precisam se preocupar com a possibilidade de um afogamento. 
Na verdade, mesmo aquelas tillandsias que vivem em lugares secos (mas que pelo menos recebem chuva em algum momento) não precisam se preocupar muito. Desde que as plantas sequem COMPLETAMENTE entre uma chuva ou outra, nada de mal vai acontecer com elas. 
Geralmente o afogamento acontece quando essas plantas são cultivadas por pessoas, que acabam molhando muito a planta na esperança de que ela vai ficar bonita e saudável (elas acham que estão ajudando a planta, mas na verdade só estão prejudicando-a). 
Apesar do baixo risco de afogamento, tem algumas tillandsias que mesmo assim preferem não correr o risco (afinal de contas, o seguro morreu de velho, não é mesmo?). Como elas fazem isso então? Elas fazem isso não deixando que as suas escamas formem uma película perfeita por cima de suas folhas

Tillandsia tectoru, deserto do Atacama, Peru
A Tillandsia tectoru é um ótimo exemplo. As escamas delas não formam uma estrutura muito regular. As Asas das escamas tem várias tamanhos diferentes (essas tillandsias também só conseguem sobreviver com a umidade da névoa que vem do oceano, mas elas parecem serem ainda mais especializadas na captura da névoa do que as Tillandsia landbecki – por isso as Asas delas são tão grandes e tão variadas) e com toda essa variação no tamanho das Asas, quando elas estão deitadas sobre a superfície da folha, elas não conseguem fazer uma película muito uniforme (acaba sobrando um pequeno espaço aberto, e por esse espaço a água acaba evaporando mais rápido, deixando os estômatos livres para poderem abrir e captar o CO2 e o O2). 
Vocês conseguem reparar que essa planta tem um aspecto meio áspero? Isso é por conta dessa variação no tamanho das Escamas. Sempre que você vir uma tillandsia com esse aspecto de áspero, lembre-se que é um mecanismo para evitar um possível afogamento. 
Esse aspecto de áspero não aparece nas plantas que não possuem o mecanismo de evitar o afogamento 
como-regar-tillandsias-plantas-epífitas
Tillandsia xerographica
Esse é um exemplo de tillandisa que não possui nenhum mecanismo para evitar o afogamento. Ao contrário da Tillandsia tectoru, que tem as Asas das escamas com tamanhos muito variados, as Asas das escamas da Tillandsia xerographica tem um tamanho mais parecido (ou seja, suas escamas são bem uniformes). Além disso, as Asas das escamas dessa tillandsia não ficam levantadas quando elas estão secas, elas sempre ficam deitadas, paralelas a superfície da folha, de uma maneira bem compactada, formando uma película permanente (ou seja, não importa se as escamas estão molhadas ou não, elas sempre vão estar rente a folha).
Escamas de Tillandsia xerographica vistas em detalhe
Fonte
Isso significa duas coisas: primeiro que se as plantas não secarem completamente depois de serem molhadas, elas realmente podem morrer afogadas, e segundo que essas escamas mais uniformes e que ficam sempre achatadas sobre a superfície da folha passam um aspecto de aveludado pra quem está olhando, você conseguiu ver? Essa Tillandsia xerographica passa uma sensação de ser macia, da até vontade de passar a mão na folha para sentir a textura. 
Essa tillandsia vive em ambientes muito menos secos do que a Tillandsia tectoru, mas elas não têm essa preocupação com o afogamento. Além disso, ter as Asa das escamas achatadas permanentemente sobre as folhas tem duas vantagens, que combinadas são MUITO valiosas. A primeira vantagem é com relação a reflexão (com as escamas abaixadas, elas conseguem refletir MUITO mais radiação solar), e a segunda é com relação ao isolamento que é formado. 
Lembra daquele espaço vazio que fica entre a epiderme e as escamas quando elas estão deitadas? No caso da Tillandsia xerographica, quando ela está seca, esse espaço é preenchido com ar. Esse ar acaba ficando preso de baixo da película (que é formada pelas escamas), agindo como se fosse uma espécie de isolante térmico (ele não deixa o ar quente que está no ambiente externo entrar em contato com a epiderme de suas folhas). Fazendo isso, a temperatura da planta por inteiro consegue ficar mais baixa que a temperatura do seu meio externo, e assim, com a sua baixa temperatura aliada com a sua alta capacidade de refletir o excesso de radiação solar, a planta acaba conseguindo fazer fotossíntese por mais tempo, em comparação com as outras plantas que vivem no mesmo lugar (é como se ela criasse um microclima por cima dela, um microclima que permite a planta fazer a fotossíntese sem se prejudicar).

#2º  Segunda tática – Tillandias de ambientes úmidos (Mésicos)
A segunda tática também consiste em não deixar que as escamas formem uma película perfeita por cima de suas folhas (assim como as Tillandsia tectoru fazem), porém as tillandsias de climas mais Mésicos levam isso muito mais a sério, pois o risco de afogamento nesses ambientes é muito maior. 

Lembram do que eu havia falado? Que quando as escamas das Tillandsias ficam molhadas, elas ficam meio que transparentes? E que quando elas ficam transparentes, elas deixam de refletir a luz (ou seja, deixa de ficar branca) e a cor verde da folha ficar visível para quem está olhando? 

Tillandsia cyanea
Pois bem. Se você reparar na cor das espécies de Tillandsia de climas mais Mésicos, como a cor dessa Tillandsia cyanea (espécie nativa do Equador, que tem um clima extremamente chuvoso) você vai perceber que ela tem uma aparência bem verde, mas isso NÃO SE DEVE ao fato dela estar molhada, e sim ao fato dela ter uma quantidade de escamas naturalmente REDUZIDAS em suas folhas.
Essas Tillandsias de climas mais Mésicos recebem muita chuva, e a única maneira de não se afogarem foi reduzindo quantidade de escamas em suas folhas (como não existe o risco de falta de água, então a perca de algumas escamas não é um problema pra essas espécies). Além disso, como essas espécies vivem em lugares mais sombreados (florestas), elas não precisam se preocupar em refletir o excesso de luz solar, então ao em vez de terem escamas reflexivas, as suas escamas são mais transparentes, e assim elas acabam ficando com uma aparência de ainda mais verdes.
Bom, acho que consegui explicar de maneira bem simplificada o mecanismo de absorção feito pelas Tillandsias (além de outras coisinhas mais). Se você chegou até aqui, pelo menos uma coisa você conseguiu aprender: como as plantas são complicadas né? Jesus 


Se você gosta de plantas Epífitas, recomendo essa leitura aqui, sobre a germinação do meu cacto epífito Flor do Baile



Comentários

Mais visitadas

Qual é o aquário ideal para o peixe Betta ???

Como cuidar de um Jabuti ???

Como fazer um cercado de cano PVC - Porquinho da índia

Diferentes Tipos de Plantas Epífitas e suas Adaptações

Entre em contato comigo

Nome

E-mail *

Mensagem *