Cactos do Brasil - Como cuidar do Cacto Azul (Pilosocereus) ?

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Cacto Azul (Pilosocereus magnificus)
 Minas Gerais, Brasil
 Foto retirada do site “www.cactusinhabitat.org

Existem vários tipos de cactos que possuem essa maravilhosa coloração azulada (Melocactus, Micranthocereus, etc.), porém as espécies mais conhecidas por terem essa cor pertencem ao gênero Pilosocereus.


Você conhece o gênero Pilosocereus ? É um gênero típico do Brasil. É importante que você conheça primeiro sobre as característica desse gênero, pra só depois aprender a como cuidar dele, tudo bem ? Pra aprender sobre as características desse gênero, é só clicar na minha publicação:


Crescimento e Propagação

O Cacto Azul (Pilosocereus) é conhecido por ter um crescimento rápido entre os cactos, tão rápido que você nem precisa ficar preocupado com fertilizações para acelerar o crescimento dele. Basta dar as condições adequadas e ele crescerá normalmente. Um exemplo disso é Pilosocereus pachycladus (conhecido como Facheiro Azul), já vi cultivadores falando que ele cresce “igual mato” quando cultivado nas condições corretas.
Esses cactos também são ótimos para brotar. A melhor maneira de propaga-los é através de mudas. Você pode fazer isso cortando os brotos basais que vão surgindo ou dividindo uma coluna em vários pedaços. Depois que os pedaços cicatrizarem (deixe secar por vários dias se preciso), você pode planta-los em um substrato que eles logo vão enraizar. Apesar dessa facilidade, eu recomendo que você primeiro plante em areia comum. 
A areia é um substrato bem aerado, e quando fica úmida estimula o surgimento das raízes (elas crescem mais rápido na areia). Depois de notar o surgimento das raízes, plante em um substrato da sua preferência. 
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Mudas de Cacto Azul (Pilosocereus pachycladus)
Foto retirada do vídeo do canal Planet Earth



Luz e Temperatura

O Cacto Azul (Pilosocereus) ocorre nas regiões tropicais das Américas, então gostam de sol e calor. Se eles ficarem expostos a sol direto, ficaram com uma coloração ainda mais azulada. Temperaturas na casa dos 20 a 30 graus são as melhores para o seu desenvolvimento, mas eles podem suportar temperaturas na casa dos 40 graus sem problemas.

A única preocupação é com o frio extremo. Esses cactos não gostam de temperaturas que ficam abaixo dos 10 graus por muito tempo. Fique atento principalmente com geadas, elas podem queimar os cactos e fazer com que eles percam a cor azulada.
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Cacto Azul (Pilosocereus lanuginosus) com danos causados pela geada
Foto de Tony, retirada do fórum “www.cactiguide.com



Substrato e Vaso

Esses cactos não exigem substratos especiais, então qualquer substrato feito para cactos e suculentas podem ser usados com eles. A única coisa importante é que você precisa manter o substrato bem drenável para não acumular água. Uma mistura de solo/terra + fibra de coco + casca de pinos + palha de arroz vai ajudar muito a deixar o substrato mais seco.
O Cacto Azul (Pilosocereus) pode ficar bem grande, e portanto gosta de espaço. Eles produzem longas raízes superficiais, que se espalham amplamente logo abaixo da superfície pra coletar o máximo de água da chuva. Se puder, tente colocar esses cactos em vasos grandes e largos (não precisam ser profundos). Vasos grandes permitem que as raízes cresçam mais, e quanto maior for o sistema de raízes, maior será a absorção de nutrientes (plantas que absorvem mais nutrientes, crescem mais rápido).
Em vasos menores o sistema de raízes fica menor, e as plantas podem crescer mais devagar.
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Raízes do Cacto Azul (Pilocereus Chrysothele) em vasos pequenos
Foto de beba1, retirada do fórum “www.cactiguide.com



Água

O Cacto Azul (Pilosocereus) não é um cacto do deserto, eles podem até habitar regiões bem áridas, mas eles não costumam crescer deserto a dentro. Como eu já falei na publicação "Cactos do Brasil - Gênero Pilosocereus (Cacto Azul)", eles habitam regiões que tem uma estação seca e outra úmida.
A estação úmida pode até ser curta, mas sempre traz muita chuva com ela. Na época úmida esses cactos recebem muita chuva, então eles estão acostumados a lidar com muita água. São bem diferentes de cactos que vivem em desertos, esses não estão acostumados com muita água nem mesmo na estação úmida (até porque praticamente não existe estação úmida no deserto).
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Cacto Azul (Pilosocereus magnificus)
Minas Gerais, Brasil
Foto de Marlon Machado


Como o Cacto Azul (Pilosocereus) recebe mais água, eles costumam crescer bem mais rápido do que esses cactos de deserto. Desde que o substrato seque entre as regas, não tem problema nenhum você regar o seu Cacto Azul (Pilosocereus) pelo menos 2 vezes na semana. Se o seu cacto estiver plantado no chão, certifique-se que o solo já tenha secado pra você voltar a regar.
Na estação seca a coisa já muda de figura. Nesse período não chove, e os cactos em ambiente natural podem passar meses vivendo num tempo seco onde não cai uma única gota d’água. Normalmente os cactos entram em dormência em situações como essas, e exigem bem menos água do que o normal. Procure diminuir a frequência das regas nesse período (1 vez na semana, 1 vez a cada 15 dias ou 1 vez por mês).


Disponibilidade

Algumas espécies de Cacto Azul (Pilosocereus) são bem comuns, porém a imensa maioria é rara em cultivo. Infelizmente as espécies desse gênero não são as mais procuradas pelo público. Os cultivadores tem maior interesse por cactos globosos que atingem pequenos tamanhos, então os vendedores não investem muito nessas plantas.
Pilosocereus geralmente atingem tamanhos bem grandes, então acabam demorando muito pra atingir a beleza máxima (cactos globosos atingem a beleza máxima em menos tempo). Eles também podem demorar para produzir sementes, o que torna a multiplicação dessas plantas mais lenta e a disponibilidade delas no mercado mais baixa.
Os Pilosocereus mais cultivados atualmente (e que são mais conhecidos pelo nome de Cacto Azul) são Pilosocereus pachycladus e o Pilosocereus magnificus. Ambos vendem que nem água no mercado devido a grande procura. 
Pilosocereus pachycladus é a espécie mais comum entre as duas. 
Cacto Azul (Pilosocereus magnificus)
Minas Gerais, Brasil
Foto retirada do site “www.cactusinhabitat.org

Cacto Azul (Pilosocereus magnificus)
Minas Gerais, Brasil
Foto retirada do site "www.cactusinhabitat.org"


Outras espécies que também são conhecidas como Cacto Azul, e que estão em cultivo atualmente (porém de forma menos comum) são: (1) Pilosocereus gounellei subsp. zehntneri (xique-xique azul), (2) Pilosocereus fulvilanatus, (3) Pilosocereus leucocephalus, (4) Pilosocereus aureispinus e (5) Pilosocereus chrysostele (essa última fica mais azulada apenas quando nova). 

OBS - Pilosocereus gounellei e Pilosocereus gounellei subsp. zehntneri na verdade não existem mais. Essas plantas foram tiradas do gênero Pilosocereus, e agora possuem gênero próprio. Desde 2020 que elas são conhecidas como Xiquexique gounellei e Xiquexique gounellei subsp. zehntneri.
Xique-xique Azul (Xiquexique gounellei subsp. zehntneri)
Bahia, Brasil
Foto cedida gentilmente pelo cultivador Fabricio de Oliveira



Risco de Extinção

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), grande parte dos Pilosocereus comuns em cultivo são consideradas espécies Pouco Preocupantes (sigla LC, do inglês “Least Concern”). Elas são relativamente comuns em seus habitats naturais. Porém, existem muitas espécies que não são comuns em cultivo e que correm sério risco de desaparecer.
Pilosocereus azulensis é considerada uma espécie Em Perigo Crítico (sigla CR, do inglês “Critically Endangered”).
Cacto Azul Pilosocereus azulensis (está esverdeado por conta da falta de luz forte)
Minhas Gerais, Brasil
Foto de Gerardus Olsthoorn

A espécie é conhecida apenas por uma subpopulação que tem menos de 50 indivíduos adultos. A área onde esses indivíduos vivem está sendo desmatada por conta da agricultura e produção de carvão. Se nada for feito, essa espécie vai estar a um passo de ser completamente extinta.

Outras publicações que você pode gostar de ler: 




Referências


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