Baratas Nativas do Brasil - Animais de Estimação e Alimento Vivo

baratas-nativas-do-brasil
Macho de Lucihormetica fenestrata 
Fotos de George Beccaloni
Quando eu comecei a escrever essa publicação, meu único interesse em baratas era o seu potencial uso como alimento vivo para outros animais (e só isso, não tinha mais nenhum interesse além desse). Porém, nesse meio tempo em que
fiquei buscando informações sobre esses bichos (e com meio tempo quero dizer mais ou menos 1 mês, haja paciência), fui observando mais atentamente esses insetos, e fui descobrindo o quanto esses animaizinhos podem ser curiosos e fascinantes. Nunca na minha vida eu pensei que as baratas pudessem ser animais tão interessantes.
A partir de agora acho que adquiri um novo olhar sobre as baratas. Não vejo mais elas apenas como insetos que são usados para alimentar outros animais de estimação, agora eu as vejo como sendo os PRÓPRIOS animais de estimação. Espero que com essa espécie de “guia” que eu fiz aqui, que eu possa ajudar outras pessoas que estão interessadas em conhecer esse grande universo que é o hobby de criação de baratas, algo que ainda é meio novo no nosso país.

E por falar em ajudar, gostaria de pedir para você participar do grupo do Facebook "Baratas do Brasil - Blattodea (Blattaria)". O grupo é do meu grande amigo Matheus. O Matheus é um Biólogo especialista em baratas e ele criou o grupo para reunir todos os pesquisadores e criadores de baratas do nosso país. Ele também tem um canal no Youtube sobre baratas que se chama "Cockroaches Tube", entrem lá e se inscrevam. 

Baratas Brasileiras – Onde podem ser encontradas ?
Bom, vamos começar né ? Não sei se vocês sabem, mas existem cerca de 4 mil espécies de Baratas vivendo no nosso planeta, mas pesquisas sugerem que na verdade esse número possa passar de 20 mil espécies. Aqui no Brasil, até o ano de 2019, existem cerca de 644 espécies de Baratas, pertencendo a 6 famílias, 18 subfamílias e 107 gêneros diferentes (na verdade, enquanto eu estava fazendo essa publicação aqui, descobri que mais espécies de baratas já foram encontradas, então esses 644 precisam ser atualizados). 
Como você já deve saber, o Brasil é um país gigantesco (ENORME) mas por incrível que pareça ele simplesmente NÃO INVESTE em pesquisa, então infelizmente ainda não conhecemos muito bem a nossa própria fauna. Estudos sugerem que esse número total de espécies de Baratas aqui no Brasil (esses 644) possa ser 5 ou até 6 VEZES maior que isso (haja barata em ?). 
Número de baratas por estado Brasileiro
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"
Devido à essa falta de investimento em pesquisa, não dá pra saber com 100% de certeza quantas espécies de baratas se tem por estado, a única coisa que sabemos mesmo é que esses números que estão no mapa na realidade devem ser BEM maiores. Os estados a onde a maioria das pesquisas foram realizadas são JUSTAMENTE aqueles que apresentam o maior número de espécies de baratas registradas, mas o fato de um estado ter poucas espécies (ou mesmo nenhuma) NÃO SIGNIFCA que é porque nenhuma espécie de barata ocorre lá. 
O que acontece é que não foram feitas muitas pesquisas nesses estados, e sem pesquisas não tem como achar muitas espécies mesmo. O Tocantins é um estado perfeito pra se usar como exemplo. O Tocantins é um dos lugares mais ricos em biodiversidade no Brasil, mas devido à falta de pesquisas naquela região, nenhuma espécie de barata foi registrada lá. Isso significa que lá não tem espécies de baratas ? É claro que não, ao contrário. 
Na verdade, se espera que lá seja um estado RIQUÍSSIMO em espécies de baratas (afinal, se é um estado rico em biodiversidade, com certeza vai ser um local propício para se achar novas espécies). As vezes as espécies são até conhecidas pelas pessoas que moram na região, mas como essas espécies ainda não foram descritas pela ciência (ou seja, um pesquisador foi lá, pegou a barata e fez um artigo sobre ela), é como se elas ainda não existissem de verdade. 
Como se já não bastasse a baixa quantidade de pesquisas, quando elas são feitas, elas ainda ocorrem de uma forma muitíssimo localizada. Só pra você ter uma ideia, a maioria das pesquisas que foram realizadas foram feitas em apenas um município e olhe lá. Por exemplo, a maioria das espécies de Santa Catarina foi encontrada no município de Nova Teutônia; no Mato Grosso a maioria das espécies vem do município de Sinop; em Pernambuco elas foram coletadas em uma floresta no município de Caruaru; e na Bahia elas foram encontradas em florestas dos municípios de Nova Conquista, Itapetinga e Encruzilhada. 
Você já parou pra pensar em QUANTOS municípios existem no Brasil ? Só aqui em Goiás são 246. Já imaginou quantas espécies poderiam ser descobertas se mais municípios fossem pesquisados ? Pois é. 
Bom, mas em fim, continuando. Pra poder saber a localização das espécies de baratas que ocorrem aqui no Brasil, eu usei informações do artigo “Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil”, e do site “Cockroach Species File”, que é uma espécie de “arquivo” mundial sobre baratas. Além dessas ferramentas, eu também utilizei outros artigos que possuíam informações sobre a localizações de outras espécies.
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"

Imagem retirada do site "Cockroach Species File"

Baratas – Que animais são esses ?
Antes de falar mais especificamente das espécies de baratas em sí, primeiro eu vou te situar nesse “universo” que são as baratas, tubo bem ? Acho que assim fica mais fácil de entender tudo isso. 
Bom, não sei se você se lembra, mas todos os animais que são considerados como sendo insetos estão dentro desse agrupamento chamado “Insecta” (esse que ta dentro do quadradinho vermelho). Os outros são os artrópodes que você já conhece. 
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Essas aqui são as ordens que estão dentro do agrupamento “Insecta”. Todos os insetos que você conhece estão dentro de uma dessas ordens. As baratas estão dentro da ordem que se chama Blattodea, uma das ordens mais numerosas entre os insetos (desconsidere esses números tá ? Eu não sei se esses números ai estão corretos). 
Dentro da ordem Blattodea, existem várias famílias específicas de baratas 
Fonte

A maioria das espécies de baratas Brasileiras que são normalmente utilizadas como alimento vivo (ou animais de estimação) se encontram dentro da família Blaberidae (se lê, “Blaberide” – família dos Blaberideos), uma das maiores famílias de baratas da América do Sul. 
Fonte

Número de espécies por família
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"
Devido ao tamanho e a importância da família dos Blaberídeos, eu vou fazer aqui pra vocês um grande resumão sobre a biologia e ecologia desses animais. 

Tive que pesquisar MUUUITOOOOOO pra fazer isso, porque simplesmente NÃO TINHA informações sobre isso disponíveis na internet. As informações “disponíveis” estavam em artigos científicos, que além de serem BEM difíceis de achar, ainda possuem uma linguagem extremamente técnica e rebuscada, que só o pessoal que está mais por dentro do mundo acadêmico (como eu) consegue entender. 
O que eu fiz foi procurar esses artigos e literalmente traduzi-los para uma linguagem mais acessível para a população (escrevi de um jeito que qualquer um vai conseguir entender). Pra que serve o conhecimento se ele não está acessível para o povo ?

Bom, chega de conversa afiada né ? Vamos logo ao que interessa. 

Blaberídeos – Biologia e Ecologia

1 - Alimentação – O que comem ? 
Bom, já que vamos falar de alimentação, primeiro vamos relembrar de alguns termos que você aprendeu lá nas aulas de biologia do ensino fundamental e médio, tudo bem ? Fica tranquilo porque eu vou explica-los de uma forma BEM simples e resumida. 
Para os seres vivos poderem sobreviver, eles precisam basicamente de 5 coisas: minerais (cálcio, fósforo, potássio, etc.), carboidratos (açúcar, como a glicose), aminoácidos (que fazem as proteínas), ácidos graxos (lipídeos, como as gorduras) e energia química. A energia química é o combustível usado para poder fazer, com exceção dos minerais, as outras 3 coisas (normalmente ela está na forma de Trifosfato de adenosina, a famosa molécula de ATP). 
Carboidratos, Aminoácidos e Ácidos Graxos são aquilo que a gente conhece como Compostos de Carbono. Minerais, Compostos de Carbono e Energia, os seres vivos não podem viver sem essas coisas. 
Os seres vivos que não precisam de “ninguém” para produzir essas coisas são chamados de Autótrofos. As plantas e as algas são os autótrofos mais bem conhecidos. 
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Em um processo de conversão de energia (a famosa fotossíntese), as plantas e as algas pegam as moléculas de CARBONO INORGÂNICO (o CO2, que eles absorveram do ar) e transformam elas em compostos de CARBONO ORGÂNICO (carboidratos, proteínas, lipídeos, etc.) e energia (o Trifosfato de adenosina, o ATP). 
Ou seja, as plantas, SOZINHAS, fazendo a conversão do CO2 inorgânico para o orgânico, são capazes de fazer Carboidratos, Aminoácidos, Ácidos Graxos e Energia para elas poderem sobreviver. As únicas coisas que elas não conseguem produzir são os minerais, isso elas precisam absorver diretamente do meio (solo, água, ar). 
Agora, já os organismos conhecidos como Heterótrofos não conseguem fazer isso. Os heterótrofos mais bem conhecidos são os animais, fungos, protistas e bactérias. 
Para os animais, fungos protistas e bactérias conseguirem obter os compostos de carbono orgânico, minerais e energia, eles precisam COMER outros organismos que já tenham produzido isso (ou absorvido, no caso dos minerais). Ou eles comem os organismos autótrofos (plantas e algas) ou eles comem os organismos heterótrofos (animais, fungos, protistas e bactérias) que já tenham comido algum organismo autótrofo. Dessa safadeza de quem come quem, surge aquilo que a gente conhece como Teia Alimentar. 
Uma Onça Pintada predando um Jacaré. Não é uma imagem muito comum de se ver, mas exemplifica bem como funciona a Teia Alimentar
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Cada tipo de heterótrofo tem as suas próprias preferências alimentares (ou seja, eles gostam de comer coisas específicas). Alguns gostam de comer seres autótrofos (esses são os herbívoros), outros gostam de comer seres heterótrofos (os chamados carnívoros) e alguns gostam de comer os dois (os chamados onívoros). 
Entre os onívoros, existem aqueles que preferem comer os organismos autótrofos e os heterótrofos quando esses já estão mortos. Esses organismos são chamados de Detritívoros. Os organismos detritívoros são aqueles serem que só se alimentam de detritos (que são fragmentos de organismos que um dia estiveram vivos). Os detritívoros mais bem conhecidos são os animais. 
De todos os animais detritívoros, as minhocas devem ser os mais conhecidos
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Os detritívoros não são a mesma coisa que saprófitos, tudo bem ? Organismos saprófitos não conseguem comer fragmentos como os detritívoros, o processo alimentar deles é meio diferente. Os saprófitos mais bem conhecidos são os fungos e bactérias.
Um dos grupos de animais detritívoros mais bem conhecidos são o das baratas. As baratas, principalmente as espécies domésticas, são conhecidas por comerem quase qualquer coisa (fezes, cola, cabelo, couro curtido, roupas sujas, etc.), mas as espécies mais silvestres (como os Blaberídeos) gostam mesmo é de comer material vegetal em decomposição. 
Os Blaberídeos são detritívoros com ALTA PREFERÊNCIA por alimentos ricos em celulose (folhas, galhos, madeira, etc.). Normalmente eles passam a vida toda só comendo isso. Só que infelizmente existe um probleminha em se consumir só esse tipo de coisa. 
Barata de Madagascar (Gromphadorhina portentosa)
Apesar de pertencer a família dos Blaberídeos, essa é uma espécie nativa do continente Africano
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Comendo só a celulose, as baratas conseguem obter os carboidratos (porque a celulose é um tipo de carboidrato, ou seja, um açúcar), os ácidos graxos (que são obtidos dos carboidratos), os minerais (um pouco deles) e a energia (quem também vem dos carboidratos), mas não conseguem obter direito os aminoácidos (que são utilizados para fazer as proteínas). E sem as proteínas, não tem como ter um desenvolvimento saudável. 
Por sorte (e por sorte me refiro a evolução), dentro do intestino das baratas existem bactérias especiais (as chamadas Blattabacterium) que conseguem produzir todos os aminoácidos (os chamados aminoácidos essenciais) que as baratas precisam para sobreviver. É graças a essas bactérias (e a alguns outros microrganismos) que as baratas conseguem viver só comendo produtos vegetais (alguns gêneros, como Hiereoblatta, Lanxoblata, Monastria, Phortioeca, Petasodes e Parasphaeria podem passar a vida toda se alimentando só de madeira podre e mais nada). O processo que as bactérias fazem para produzir os aminoácidos é meio complicado, então eu não vou falar dele aqui não, tudo bem ? 
Apesar desse processo super incrível, as bactérias (e os outros microrganismos) não podem fazer milagres, né ? Quanto mais rico em celulose for o material usado como alimento, mais difícil é para as bactérias poderem produzir os aminoácidos (e assim mais difícil é para as proteínas serem fabricadas). Quanto menos aminoácidos disponíveis a barata tiver, mais devagar ela vai crescer e se desenvolver (as espécies que se alimentam só de madeira podem levar vários anos para se tornarem adultas). 
Além disso, também existe a questão de que algumas espécies de baratas simplesmente necessitam de mais aminoácidos do que outras (afinal de contas, nem todo mundo é igual, não é mesmo ?). Essas espécies que necessitam mais de aminoácidos não conseguem viver bem com uma dieta pobre em proteínas. Gêneros que habitam cavernas, como Blaberus e Eublaberus, podem recorrer até ao canibalismo quando sentem a falta de proteínas em sua dieta (primeiro eles começam mordiscando as asas um dos outros, depois começam a devorar quem vêm pela frente). 
Eublaberus distante
Fotos de shadowshador
Falando mais especificamente de Blaberus e Eublaberus: quando essas baratas entram nas cavernas, elas geralmente costumam procurar pelas colônias de morcegos, que produzem muitos excrementos (que é conhecido como guano) que acabam servindo de alimento pra elas (as ninfas costumam passar todo o seu desenvolvimento se alimentando de guano e de morcegos mortos). O guano é muito rico em proteínas, possui cerca de 54% de proteínas em sua composição (a título de comparação, um hamburguer tem em torno de 23% de proteína, e a ração de gato tem geralmente 30%, dependendo de qual é a marca). Quando criadas em cativeiro, essas espécies necessitam receber um cuidado maior com relação as proteínas que serão oferecidas. 
Por sorte (ainda bem né), nós podemos oferecer para as baratas que estão em cativeiro uma INFINIDADE de itens alimentares, que com certeza vão suprimir as necessidades nutricionais das baratas e eliminar qualquer tipo de problema que eventualmente possa acontecer (como o canibalismo). 
Para as baratas, você pode oferecer alimentos ricos em aminoácidos e minerais, como frutas (maçã), verduras (cenoura), cereais (aveia), rações prontas (ração de peixe), etc. Com uma dieta mais rica em nutrientes, as baratas costumam crescem BEM mais rapidamente (quando criadas em cativeiro, elas sempre vão se desenvolver mais rápido). 

2 - Habitat - Onde Vivem ?
Os Blaberídeos são animais que gostam de viver em ambientes estáveis (aliais, quem não gosta, né?). Quando digo estáveis, falo com relação a parâmetros como a temperatura, a umidade, a luz, etc., eles não gostam que esses parâmetros fiquem oscilando muito. Os ambientes mais estáveis são as florestas e as cavernas (as cavernas são ainda mais estáveis). Dificilmente você vai encontrar alguma espécie dessa família vivendo em lugares a onde não existam árvores (pelo menos aqui no Brasil).

Escuridão e umidade, um local perfeito para encontrar baratas
Fotos feitas por mim quando visitei uma caverna no Parque Estadual de Paraúna, localizada no município de Paraúna de Goiás
Como eu já disse antes, algumas espécies dos gêneros Blaberus e Eublaberus podem ser encontrados vivendo em cavernas, mas a maioria das espécies desses gêneros (e dos outros gêneros dessa família) gostam de viver mesmo é em florestas. 
Eublaberus distanti no Zoológico de Cincinnati, em um habitat que simula uma caverna
Fotos de Trisha Shears
Como elas gostam de viver em ambientes florestais, isso significa que você vai encontra-las aqui no Brasil vivendo nas florestas da Amazônia, nas florestas da Mata Atlântica, nas matas do Cerrado (os Cerradões e as Matas de Galeria) e nas matas da Caatinga (a Caatinga Arbórea). O Cerrado e a Caatinga são biomas naturalmente mais abertos, e portanto, mais secos, então essas baratas vão preferir viver naquelas matas que estão em contato maior com a água (como aquelas que estão perto de lagos, rios, represas, etc.). 
Os Blaberídeos são animais bastante silvestres, então eles necessitam de áreas um pouco preservadas para poderem viver (por exemplo, você normalmente não vai encontrar essas espécies vivendo em plantações de milho). Então eu também não acredito que você vai conseguir encontrar as espécies dessa família procurando em áreas verdes localizadas no meio da cidade. Para conseguir acha-las, você vai ter que procurar em fragmentos de mata que estão um pouco mais afastados dos prédios e das residências. 
Parques são ótimos lugares para se encontrar espécies nativas
Foto feita por mim  de uma das trilhas do Parque Estadual de Paraúna, localizada no município de Paraúna de Goiás
Dentro da floresta/mata, as baratas costumam ter os seus locais preferidos para se esconder. Você SEMPRE vai encontra-las vivendo em lugares associados a madeira (geralmente morta), rochas/pedras ou serrapilheira (que são os lugares onde existe a matéria vegetal morta que elas tanto gostam de comer). 
Na madeira, elas podem ser encontradas se escondendo dentro dos buracos (ai tanto faz se a árvore está viva ou morta), de baixo da casca (geralmente a árvore está morta) ou até mesmo dentro do tronco em sí (quando a árvore está morta, caída no chão, e elas escavam galerias dentro dela). Tem uma espécie (Monastria biguttata) que parece ser especializada em viver de baixo do tronco das árvores mortas. 
Cavidades em troncos sempre estão ocupadas por algum bicho, e se tiver sorte esses bichos vão ser as baratas nativas
Fotos de gertvdrhee0

Quanto maior for o tronco, mais espécies você pode achar
Fotos de carlosfabianrusso

Esses troncos parecem estar muito expostos. Se for procurar as baratas, dê preferência para aqueles troncos que estão mais protegidos da luz e do vento
Fotos de
 Isabel Cunha Soares
Em todos esses casos, as baratas costumam dar preferência para as madeiras/troncos que estão mais podres (sabe quando você pega a madeira e ela desmancha na sua mão ? Assim que elas gostam) e que estejam mais protegidos da luz (ou seja, na sombra).
Nas rochas/pedras, elas costumam se esconder entre as suas rachaduras, principalmente aquelas que estão cheias de matéria orgânica em decomposição (folhas, galhos, etc.). Na serrapilheira, elas vão estar vivendo de baixo da camada folhas mortas, sempre bem próximo a uma pedra ou tronco. 
Uma floresta saudável sempre vai ter uma camada generosa de serrapilheira cobrindo a superfície do solo
Foto feita por mim  de uma das trilhas do Parque Estadual de Paraúna, localizada no município de Paraúna de Goiás
Quando for procurar por elas, dê preferência para lugares onde não exista a presença de formigas. As formigas são caçadoras ferozes, e espantam as baratas. 
Os hábitos de vida e a forma como os Blaberídeos se alimentam facilita e muito o manejo dessas espécies em cativeiro (já que todas elas podem ser criadas de um modo muito parecido). Basta ter uma caixa com um pouco de substrato (rico em material de origem vegetal) e oferecer frutas e verduras que elas viveram felizes da vida. Só fique atento com relação aos hábitos de algumas espécies que são mais arborícolas (como Blaberus, Eublaberus, Panchlora, Schultesia, etc.). Essas espécies necessitam de lugares altos para os adultos poderem escalar dentro da caixa (pode ser uma rampa de madeira ou mesmo pedaços de caixa de ovo). Espécies dos gêneros Lanxoblatta, Phortioeca, Petasodes, etc. também gostam de escalar, mas essas dão preferência por superfícies planas/lisas (quanto mais achatada for a barata, maior vai ser a preferência por superfícies planas/lisas).

Um recipiente típico usado para alojar baratas para serem usadas como alimento vivo
Fonte

Esse aqui já é um terrário utilizado para manter baratas que são de estimação. Normalmente os animais noturnos (como as baratas) não enxergam a cor vermelha, por isso luzes com essa cor são utilizadas para se observar os animais durante a noite (e assim não incomoda-los)
Fotos de stanislas
Em uma outra publicação minha, eu falo detalhadamente a respeito da criação de uma espécie particular de Blaberídeo (a Baratas do Suriname) para ser usada como alimento vivo (lá realmente tem muitas informações sobre o alojamento, a alimentação, a temperatura, a umidade, a reprodução, etc.). Os cuidados que envolvem os Blaberídeos são no geral muito parecidos, então se você ler o que eu escrevi lá a respeito das Baratas do Suriname, você com certeza vai conseguir cuidar de qualquer espécie de barata que você eventualmente conseguir coletar. Para dar uma olhadinha na publicação, é só clicar aqui Como criar Baratas do Suriname(Pycnoscelus surinamensis) como Alimento Vivo

3 - Parto e Cuidado com os Filhotes 
Antes de falar sobre a reprodução dos Blaberídeos, primeiro vamos relembrar uma coisinha aqui (eu tenho essa mania de querer ficar relembrando as coisas mesmo). Você se lembra do significado das palavras Ovíparo e Ovovivíparo ? 
Ovíparo são aqueles animais que botam ovos. Depois que ocorre o ato sexual, o óvulo é fecundado e da origem a um ovo. Quando a fêmea está pronta, ela realiza a postura (ou desova, no caso dos animais aquáticos) e choca os ovos (ou então abandona os ovos, no caso de insetos e a maioria dos répteis). 
Ovos dos assustadores Crocodilos de Água Salgada
Fonte
Ovovivíparos são aqueles animais que produzem ovos, mas não botam eles. Depois que ocorre o ato sexual, o óvulo é fecundado e da origem a um ovo. Ao invés de botar os ovos para fora do corpo, como fazem os animais ovíparos, os ovovivíparos guardam os ovos dentro do próprio corpo. Quando chega o momento certo, os ovos eclodem dentro do corpo da mãe, e depois ela libera os filhotes para o mundo exterior (ou seja, ela pari os filhotes, dá a luz). 
Jiboia Arco-Íris (Epicrates cenchria).
Reparem que nesse caso os filhotes são envoltos por apenas uma fina membrana, e alguns deles ainda estão ligados as suas gêmeas (que não foram totalmente consumidas)
Fotos de DanL 
Com exceção de um Blaberídeo do gênero Diploptera, que não produz ovos (são vivíparos, a fêmea nutri os embriões quem nem acontece com os mamíferos) todas as outras baratas produzem ovos. Elas produzem capsulas espécies (as ootecas) que tem a função de armazenar os ovos e protegê-los contra a ação do ambiente (desidratação) e dos predadores. Quando chega o momento certo, a fêmea bota a ooteca e depois de um tempo (algumas semanas) os filhotes saem de entro dessa ooetca. 
As baratas domésticas (que são espécies africanas, a maioria da família Blattidae – se lê “Blattide”) são animais ovíparos. Elas botam as ootecas em um determinado local e depois vão embora. 
A barata Australiana Platyzosteria melanaria botando a sua ooteca
Agora as baratas Brasileiras (os Blaberídeos) são todas espécies ovovivíparas. Em vez de botarem a ooteca, elas a guardam dentro do próprio corpo. Quando chega o momento certo, os ovos eclodem de dentro da ooteca (que está dentro do corpo da mãe) e a fêmea libera os filhotes para o mundo exterior (ou seja, dá a luz). O parto dos filhotes pode ser um processo rápido ou demorado (em algumas espécies pode chegar até 30 HORAS de trabalho de parto).
Barata de Madagascar (Gromphadorhina portentosa) dando a luz
Fonte
Os Blaberídeos, além de incubarem os ovos dentro do próprio corpo, ainda cuidam dos filhotes depois que eles nascem. Em algumas espécies, as fêmeas podem ficar mais de 1 mês ao lado deles, só para garantir a sua segurança. Em outras espécies, as mães continuam vivendo próximas dos filhotes mesmo depois que estes já se tornaram adultos. Em outras espécies (como no gênero Salganea), não só a mãe cuida dos filhotes, mas o pai também cuida. 

Fêmea de Thorax porcelana cuidando dos filhotes
Todo esse cuidado e proximidade com os filhotes aumenta e muito a sobrevivência deles (a mortalidade dos filhotes de Blaberídeos é realmente bem baixa). Só pra você ter uma ideia, os pesquisadores acreditam que a mortalidade dos adultos seja BEM maior que a dos filhotes (a dos machos principalmente, já que eles geralmente são os que se aventuram mais pelas redondezas). 

4 - Sociabilidade e Sedentarismo 
Com exceção de uma única espécie (Thanatophyllum akinetum, que não é muito fã de companhia, prefere viver sozinha), todos os outros Blaberídeos são espécies sociais (isto é, gostam de viver um bem perto do outro) e costumam ser bem sedentários (isto é, costumam passar a vida toda morando no mesmo lugar). 
Essa questão de serem sedentários está muito ligado com a fase de vida das baratas (se os indivíduos são ninfas ou adultos) e os seus hábitos de vida (que mudam dependendo da espécie). 
Primeiramente, só para você recordar: as baratas são insetos de crescimento Hemimetábolo, vão passando por vários estágios de ninfa antes de chegar a fase adulta. Cada estágio de ninfa (os chamados instares ninfais) tem o seu próprio tamanho e sua própria expectativa de vida (que é o tempo que elas passam nesse estágio).
Barata do Suriname (Pycnoscelus surinamensis)
Essa é uma montagem que eu fiz a partir da foto de Josef Dvorák
Normalmente os filhotes/jovens (as ninfas) são os mais sociais e sedentários. Assim que nascem eles já ficam preocupados em se manter unidos (e quando digo unidos, quero dizer literalmente um do lado do outro). Com o passar do tempo eles vão se afastando um pouco mais (ficam no mesmo ambiente, mas não tão unidos). Quando se tornam adultos (6 meses nas espécies pequenas e de 1 até 2 anos nas espécies grandes), eles se tornam um pouco menos sociais, e cada um passa seguir o próprio caminho. 
Em gêneros mais sedentários, como Hiereoblatta, Monastria e Parasphaeria, as ninfas e os adultos costumam viver nos mesmos ambientes (isto é, se escondendo dentro dos mesmos lugares). Como os adultos vivem nos mesmos ambiente das ninfas, acaba que eles não se afastam muito depois que se tornam adultos (eles costumam ficar até próximos do lugar a onde nasceram). Normalmente nas espécies mais terrestres e sedentárias (Blabtica, Hiereoblatta, Lucihormetica, Monastria, Parahormetica, Parasphaeria, etc.) as asas das fêmeas são até mais reduzidas (ai que elas não vão pra lugar nenhum mesmo).
Macho, Fêmea e Ninfa de Blaptica dubia. Apenas os machos tem as asas totalmente desenvolvidas
Fotos de Josef Dvořák
Agora em gêneros menos sedentários, como Blaberus, Eublaberus e Panchlora, as ninfas e os adultos vivem em ambientes diferentes. Em quanto as ninfas preferem se esconder em locais próximos do chão, os adultos são mais arborícolas. Quando as ninfas vão ficando mais velhas, elas começam a escalar as árvores e passam a viver mais perto da copa (em cavernas, elas começam a escalar as paredes). As espécies menos sedentárias são boas voadoras, tanto o macho como a fêmea têm asas e podem voar por distâncias muito grandes. 
como-criar-baratas-como-animais-de-estimação
Asas de Blaberus giganteus 

5 - Disputa por Parceiros 
Os Blaberídeos machos costumam disputar ativamente pelas fêmeas quando tem a oportunidade (as disputas podem ser bem violentas). Os pesquisadores descobriram que quando as fêmeas estão presentes os machos passam a ficar muito mais agressivos entre eles. Como as fêmeas são ovovivíparas, elas acabam ficando muito tempo grávidas (3 meses ou até mais), e ai acaba que ficam menos fêmeas disponíveis para os machos (ai eles acabam tendo que disputar por elas). 
Barata de Madagascar (Gromphadorhina portentosa). 
Reparem nos "chifres" no pronoto desse macho (pronoto é essa "placa" que cobre o tórax)
Fonte
Quando estão em baixa densidade (isto é, poucos machos vivendo no mesmo local), eles lutam entre eles para estabelecer um território (a luta consiste em quem consegue empurrar o adversário com mais força, mas eles também podem se morder), e o macho mais forte fica com o melhor território. Os melhores territórios são aqueles que tem mais esconderijos e tem mais comida, e são justamente nesses lugares que as fêmeas costumam ficar. Ou seja, se você tem o melhor território, você vai conseguir ter mais fêmeas. 
Agora, quando estão em alta densidade (isto é, muitos machos vivendo no mesmo local), eles lutam entre eles para estabelecer quem é o macho dominante (eles não lutam para fazer territórios, lutam para decidir quem é que manda no pedaço). Nesse caso todos os machos conseguem ter acesso as fêmeas, mas o macho dominante consegue ter um acesso MUITO maior se comparado aos outros machos. 
Os machos dos gêneros Blaberus e Eublaberus costumam ser bem agressivos uns com os outros. 

6 - Ritual de Acasalamento 
Com exceção da Barata do Suriname (Pycnoscelus surinamensis), todos os outros Blaberídeos realizam algum tipo ritual de acasalamento (que podem ser absurdamente complexos). O macho não chega na fêmea de qualquer jeito e simplesmente acasala com ela, existe todo um procedimento a ser seguido pra isso acontecer (procedimento esse que muda muito dependendo da espécie). 
Como exemplo, vou mostrar pra vocês um ritual de acasalamento que acontece na espécie Lucihormetica verrucosa (essa espécie só foi encontrada na Amazônia Colombiana e Venezuelana, mas acredito que talvez ela possa ocorrer na Amazônia Brasileira também). Essas imagens foram feitas em um laboratório.

Fotos retiradas do artigo intitulado “Courtship, Mating, and Organisation of the Pronotum in the Glowspot Cockroach Lucihormetica verrucosa (Brunner von Wattenwyl, 1865) (Blattodea: Blaberidae)
Descrição do acasalamento: A - O macho fica acariciando a fêmea com os seus palpos e antenas; B - Depois de acaricia-la e deixa-la bem estimulada, o macho monta na fêmea. C e D - O macho desce, meio que convidando a fêmea para ela levantar as suas asas. E - A fêmea sobe em cima do macho e acaricia as suas costas. Enquanto isso o macho agarra a genitália dela. F e G - A fêmea sai de cima do macho dando um giro de 180 graus. H - Os dois alcançam a posição final. 
O acasalamento pode durar de 45:00 minutos a 74:02 minutos. 

7 - Diferença entre Machos e Fêmeas 
Com exceção da Barata do Suriname (Pycnoscelus surinamensis) onde todos os indivíduos são fêmeas (não tem machos), todos os outros Blaberídeos possuem um macho e uma fêmea na população. 
Nas espécies mais sedentárias (Blaptica, Monastria, Parasphaeria, etc) geralmente o macho costuma ter as asas bem desenvolvidas, enquanto que as fêmeas tem as asas mais reduzidas. Dessa maneira fica mais fácil dizer quem é quem. Mas existem espécies (como nos gêneros Blaberus e Eublaberus) onde essa diferença não existe, tanto o macho como a fêmea possuem asas bem desenvolvidas. Já em outras espécies (como nos gêneros Hiereoblatta, Lucihormetica, Parahormetica, etc.) nem machos nem fêmeas possuem asas bem desenvolvidas, ai complica tudo mesmo. 
Para poder diferenciar quem é quem de maneira mais segura, você vai ter que olhar na parte de baixo da barata e olhar os seus segmentos finais. 
Se você reparar bem, vai ver que o último seguimento do macho é bem pequeno, enquanto que o da fêmea é bem maior. 
8 - Defesa Contra Predadores 
Antes de falar das táticas de defesa feita pelas baratas, primeiro a gente precisar aprender o significado de uma palavrinha esquisita que APOSTO que você nunca ouviu falar antes: a Tigmotaxia. 
A Tigmotaxia é a resposta que um animal tem quando o seu corpo está em contato com alguma coisa (Tigmo = Contato; Taxia = Resposta comportamental a um estímulo). 
Quando um animal procura estar em contato com os objetos ao seu redor (ou seja, ele gosta de se esconder em lugares apertados), ele tem aquilo que a gente chama de Tigmotaxia Positiva. 
Larvas de besouros que se alimentam de madeira adoram se esconder em frestas bem apertadas
Fonte
Agora quando um animal procura estar distante dos objetos ao seu redor (ou seja, ele evita contato direto) ele tem aquilo que a gente chama de Tigmotaxia Negativa. 
Tucano Toco (Ramphastos toco)
Evitar estar em contato direto com os objetos preserva a plumagem das aves
Foto feita por mim em uma fazenda em Hidrolândia, Goiás
As aves possuem isso, evitam estar em contato com objetos para não estragar a sua plumagem. 
As baratas tem Tigmotaxia positiva, então elas AMAM se esconder em lugares apertados (e escuros). Esse comportamento é muito forte, principalmente entre os jovens (ninfas). As ninfas só se sentem seguras quando estão com as suas costas ou laterais em contato permanente com o substrato ao redor (isto é, elas precisam ter a sensação de que estão encostadas ou pelo menos de baixo de alguma coisa). Quando elas se sentem seguras elas não ficam todas amontoadas, elas ficam juntas, mas cada uma no seu espaço individual (sabe quando você está no ônibus LOTADO, e mesmo assim tenta manter um espacinho só seu ? É isso que elas fazem). 
como-criar-baratas-nativas-do-brasil
Adultos e ninfas de Blaberus discoidalis. Quando as baratas estão todas amontoadas em um canto, pode saber que provavelmente elas devem estar morrendo de medo de alguma coisa
Fonte
Agora, quando as baratas não estão se sentindo seguras, elas podem apresentar dois tipos de comportamento. O primeiro a gente já conhece, que é o ato de correr feito uma LOUCA e procurar um lugar pra se esconder o mais rápido possível. O segundo envolve em ficar totalmente paralisada, imóvel (sabe quando a pessoa entra em estado de choque e fica paralisada nos filmes ? É tipo isso). 
Os Blaberídeos têm glândulas especiais, e quando são perturbados por alguma coisa essa glândula lança um feromônio no ar, que avisa para as outras baratas saírem correndo (isso ocorre nas espécies menos sedentárias, como Blaberus e Eublaberus). 
Agora nas espécies mais sedentárias (Lanxoblata, Monastria, Phortioeca, etc.), as baratas simplesmente congelam quando são perturbadas. Quando a barata se sente ameaçada, ela se abaixa e se agarra firmemente no local onde ela está (se agarra tão forte que se você puxar a barata, é perigoso arranca-la de lá sem as pernas), e fica completamente imóvel. Por incrível que pareça, essa é uma defesa bem eficiente. Essa é uma defesa incrível contra as formigas correição, que frequentemente atacam essas baratas (as formigas não detectam as baratas quando elas estão imóveis). 



como-criar-baratas-silvestres

O habito de congelar é comum nas espécies mais achatadas, como essa Schizopilia fissicollis (essa espécie não ocorre aqui no Brasil). Reparem como ela se parece muito com uma folha morta
Fotos de stanislas
Algumas baratas tem grandes espinhos em suas pernas (principalmente nos gêneros mais arborícolas, como Blaberus e Eublaberus), e pensava-se que eles ajudariam na defesa contra predadores. Mas pelo que se viu em algumas pesquisas, esses espinhos são mais usados para ajudar na escavação e na hora da escalada (seja nas árvores ou paredes das cavernas) do que na defesa. 

Blaberídeos – Subfamílias, Gêneros e Espécies 

Bom, agora que a gente já conhece um pouco a respeito da biologia e da ecologia dos Blaberídeos, eu vou mostrar pra vocês quais são as subfamílias que estão presentes dentro desse grupo (vou mostrar aquelas de maior "importância"). Dentro da família Blaberidae, se encontram várias outras subfamílias, cada um com seus próprios gêneros e espécies. 
Tudo que eu disse sobre a família dos Blaberídeos, também serve para as suas subfamílias, viu ? Claro que cada subfamília tem as suas particularidades, mas no geral, todas elas são muito parecidas. 

#Subfamília Blaberinae 
Número de espécies por subfamília
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"

A subfamília Blaberinae (se lê, “Blaberine” – subfamília dos Blaberineos) além de ter o maior número de espécies, é a subfamília que tem mais representantes sendo utilizados como alimento vivo. 
Agora eu vou apresentar pra vocês cada um dos gêneros (os mais comuns) dessa subfamília, mostrando as espécies (as mais comuns, porque não consegui encontrar informações de todas elas) e em que região do Brasil elas ocorrem. Alguns gêneros são mais bem conhecidos do que outros, por isso alguns podem acabar ficando sem maiores informações, tudo bem ? 

Basta clicar no nome do gênero e você vai ser levado a minha publicação referente a ele (eu fiz uma publicação específica para cada gênero, assim fica tudo mais organizado)

1 - Gênero Archimandrita (se lê, “Arkimandrita”) 
Archimandrita marmorata 
Foto de Gernot Kunz. 

2 - Gênero Blaberus 
Blaberus giganteus 
Foto de dtknow
3 - Gênero Blaptica 
Colônia de Blaptica dubia 
Foto de Jan Richtr

4 - Gênero Brachycola (se lê, “Brakicola”) 
Brachycola tuberculata 
Foto de Roger Rio Dias

5 - Gênero Eublaberus 
Eublaberus posticus
Foto de Texas Blonde

6 - Gênero Hiereoblatta 
Hiereoblatta cassidea
Foto de Paulo Backes

7 - Gênero Hormetica 
Hormetica apolinari
Foto de Hisserdude


8 - Gênero Lucihormetica 
Lucihormetica fenestrata 
Foto de George Beccaloni



9 - Gênero Monastria 
Monastria similis 
Foto de Jhonatan Santos‎

10 - Gênero Parahormetica 
Parahormetica bilobata 
Foto de CezarCrash

11 - Gênero Petasodes 
Petasodes dominicana 
Foto de @victorchavesmachado



#Subfamília Panchlorinae
Número de espécies por subfamília
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"
Subfamilia Panchlorinae (se lê, “Panclorine” – subfamília dos Panchlorineos). Essa subfamília é a que tem mais espécies depois da subfamília Blaberinae. Também é uma subfamília típica do Brasil, com espécies podendo ser encontradas em todas as regiões.

1 - Gênero Panchlora
Phoetalia pallida 
Foto de Wojciech Urynowicz

#Subfamília Pycnoscelinae
Número de espécies por subfamília
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"
A subfamilia Pycnoscelinae (se lê, “Picnosceline” – subfamília dos Pycnoscelineos) só tem uma única espécie vivendo aqui no nosso país. Essa é uma espécie nativa do continente Asiático, mas ela conseguiu colonizar todos os outros continentes (com exceção da Antártida). 

1 - Gênero Pycnoscelus
Pycnoscelus surinamensis 
Foto de Josef Dvorák

#Subfamília Zetoborinae
Número de espécies por subfamília
Imagem retirada do artigo intitulado "Catalogue of Blattaria (Insecta) from Brazil"
Subfamilia Zetoborinae (se lê, “Zetoborine” – subfamília dos Zetoborineos). Das subfamílias do Brasil, os Zetoborineos são típicos representantes da região norte. Os comportamentos que envolvem o cuidado com os filhotes foram muito bem estudados nos gêneros dessa família.

1 - Gênero Lanxoblatta
Lanxoblatta rudis 
Foto de Hisserdude


4 - Gênero Schultesia (se lê, "Skultesia")

Schultesia lampyridiformis
Foto de Marek Velechovský


Uso das Imagens
Fonte

Então gente, tudo o que eu fiz aqui foi juntar um MONTEEEE de informações (que estavam espalhadas pelos 4 cantos da internet) e reuni-las em um só lugar, isso pra poder facilitar a vida de todo mundo (e com todo mundo me refiro a nós Brasileiros, já que a imensa maioria desse conhecimento não estava disponível em português, e agora está).
Porém, tem o probleminha das imagens. Infelizmente eu não pedi a autorização de quase ninguém pra colocar todas essas imagens aqui, o que eu fiz foi dar os devidos créditos aos fotógrafos e colocar o link para que as pessoas saibam da onde eu tirei as imagens (não consegui fazer isso com todas as fotos, mas eu JURO que me esforcei pra fazer isso). 
Eu realmente só queria que as pessoas conhecessem essa enorme diversidade de espécies que existem aqui no nosso país (eu mesmo, antes de começar a escrever essa publicação, não tinha IDEIA que essas espécies existam), eu não estou ganhando nenhum centavo por fazer isso (não trabalho com venda de animais, nem nada parecido). 
Se você se sentiu prejudicado ou ofendido pelo fato deu estar usado suas imagens sem a sua permissão, pode mandar um e-mail pra mim que vou retira-las imediatamente dessa publicação. 
Espero não parecer muito cara de pau, mas pra ser bem sincero mesmo, o que eu gostaria mesmo é que as pessoas me mandassem fotos de suas criações pra eu publicar aqui. Eu sei que tem muitas pessoas que criam essas espécies Brasil a fora, seria maravilhoso poder contar com a contribuição dessas pessoas. Fotos, comentários, dicas de criação, seria ótimo poder adicionar isso a essa publicação, assim ela ficaria muito mais rica em informações e poderiam ajudar cada vez mais pessoas. 

Enfim, se você quiser que eu RETIRE as suas fotos, ou que eu ADICIONE as suas fotos/comentários, basta mandar um e-mail para matheusloboconta@gmail.com

Referências

Comentários

  1. Seu artigo é incrível man, excelente mesmo, parabéns.

    ResponderExcluir
  2. Agradeço por esse grande e estruturado artigo, me ajudou bastante.
    Excelente como o Mort disse!
    >> baratas <<

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muuuuuuito obrigado pelo comentário Eliseu, sério mesmo. É desse jeito que eu sei que o esforço valeu apena kkk. Fico feliz de ter ajudado :)

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