Droseras Brasileiras - Reprodução por Sementes
Flor da Drosera ascendens Itacambira, Minas Gerais, Brasil Foto cedida gentilmente pelo cultivador Carlos Rohrbacher |
As flores das Droseras, em geral, possuem o mesmo comportamento. Elas se abrem durante a parte da manhã e se fecham lá por volta do meio dia. Durante o fechamento das flores uma coisa muito curiosa acontece.
A parte feminina da flor (o gineceu) é móvel, e na medida que as pétalas vão se fechando, a parte feminina vai se curvando pra se encaixar melhor dentro da flor.
Parte feminina da flor da Drosera quartzicola Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do fórum "www.cpukforum.com" |
A parte feminina tem um tamanho muito curtinho, então na hora em que ela está fazendo o movimento de curvar, ela acaba encostando na parte masculina da flor (o androceu, onde fica localizado o pólen). Nesse momento, o pólen acaba sendo transferido para a parte feminina e assim ocorre a autopolinização.
Parte masculina da flor da Drosera quartzicola Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do fórum "www.cpukforum.com" |
Autopolinização em Drosera latifolia Foto do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do artigo intitulado “Exhuming Saint-Hilaire: revision of the Drosera villosa complex (Droseraceae) supports 200 year-old neglected species concepts” |
Algumas semanas depois da autopolinização as flores secam e as sementes começam a ser liberadas.
Inflorescência seca de Drosera chimaera Reparem que a última flor já está começando a liberar as sementes Cristália, Minas Gerais, Brasil Foto do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras - Brasil” |
As sementes das Droseras são dispersas pelo vento, e para conseguirem ser transportadas por longas distâncias, as sementes são bem pequenas e leves (são quase como um pó). Se as sementes tiverem a sorte de cair em um local úmido e iluminado (o local precisa estar exposto ao sol) e não serem enterradas (elas não podem ser enterradas de jeito nenhum) elas vão germinar depois de algumas semanas ou meses (geralmente em 1 mês elas já germinam).
As sementes geradas nesse processo de autopolinização não são clones, viu ? Na hora de formar o embrião os genes das partes masculinas e femininas são recombinados, e assim a semente acaba saindo com um código genético diferente da planta que sofreu autopolinização (a semente vai ser MUITO parecida geneticamente com a planta mãe, mas não pode ser considerada como um clone). Enfim, vamos voltar ao assunto principal.
Essa reprodução por autopolinização é muito comum em Droseras, o que significa que elas não precisam de agentes polinizadores para se reproduzir. Aqui na América do Sul, as espécies que costumam produzir aromas para atrair agentes polinizadores (moscas, abelhas, etc.) são: (1) Drosera amazonica, (2) Drosera arenicola, (3) Drosera felix, (4) Drosera hirticalyx e (5) Drosera solaris. Já foi relatado um aroma levemente adocicado sendo exalado das flores da Drosera graomogolensis.
Flor da Drosera felix Tuku Maruku, Gran Sabana, Venezuela Foto de Anderson S. Alves, retirada do fórum “www.plantascarnivorasbr.com” |
Além dessas espécies, as demais espécies não costumam produzir absolutamente nada para atrair polinizadores (produzir néctar ou óleos florais comestíveis pode custar muita energia, então as Droseras preferem evitar esse gasto). Os insetos podem até visitar as flores para comer o pólen e acabar servindo como polinizadores por acidente (afinal, o pólen pode servir como recompensa, assim como o néctar), mas no geral as Droseras não precisam deles.
Beleza Matheus, as Droseras não precisam de polinização cruzada (ou seja, receber o pólen de uma planta diferente) para gerar sementes, ok, mas quais são as espécies Brasileiras que são boas para produzir sementes ?
Espécies "Fáceis" de Reproduzir por Sementes
Complexo Drosera villosa
Das espécies do Complexo Drosera villosa, Drosera chimaera e Drosera latifolia são boas para produzir sementes (Drosera chimaera é muito fértil, produz muitas sementes mesmo). Drosera riparia também é boa para produzir sementes, porém menos em comparação com essas duas. As mudinhas germinadas dessas espécies são resistentes e aguentam bem ao transplante de vaso. Infelizmente não achei informações sobre Drosera villosa.
Drosera chimaera começando a floração Cristália, Minas Gerais, Brasil Foto cedida gentilmente pela cultivadora Angelica Lima |
Complexo Drosera montana
Das espécies do Complexo Drosera montana, Drosera tomentosa tem uma ótima produção de sementes (além disso, a germinação é muito fácil). Não achei informações sobre Drosera tentaculata, Drosera montana e Drosera spirocalyx.
Drosera tomentosa variedade tomentosa Alvarenga, Minas Gerais, Brasil Foto cedida gentilmente pelo cultivador Carlos Rohrbacher |
Outras Droseras
Com relação a outras Droseras sem complexo, Drosera camporupestris produz sementes grandes (não em grandes quantidades, mas pelo menos produz) e tem uma taxa de germinação relativamente boa, mas parece que as mudas recém germinadas não aceitam bem o transplante (ou seja, morrem fácil ao serem transplantadas para outros locais).
Drosera camporupestris Foto cedida gentilmente pelo cultivador Carlos Rohrbacher |
Drosera viridis produz poucas sementes, mas nascem muito bem se forem plantas imediatamente (ou seja, logo depois de colhidas).
Drosera viridis Foto cedida gentilmente pela cultivadora Angelica Lima |
Espécies “Complicadas” de Reproduzir por Sementes
Drosera quartzicola não existe em cultivo. Parece que tiveram pelo menos duas tentativas de cultivar essa espécie, mas ambas fracassaram. Ao que se sabe, é uma planta que produz poucas sementes (não é à toa que é a Drosera mais rara do país).
Drosera quartzicola Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do fórum "www.cpukforum.com" |
Das espécies do Complexo Drosera villosa, Drosera ascendens e Drosera graomogolensis tem problemas para gerar sementes por meio da autopolinização.
Drosera graomogolensis começando a floração Itacambira, Minas Gerais, Brasil Foto de Anderson S. Alves, retirada do fórum “www.plantascarnivorasbr.com” |
A parte feminina da flor da Drosera ascendens e Drosera graomogolensis não fazem muito bem aquele movimento de se curvar para se encaixar melhor dentro da flor (elas geralmente continuam estendidas depois que a flor fecha). Além disso, a parte feminina da flor possui um tamanho muito longo, então na hora que a flor está fechando acaba que as partes femininas e masculinas mal se tocam (ou não se tocam).
Flor da Drosera graomogolensis Repare a parte feminina completamente estendida Foto do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do artigo intitulado “Exhuming Saint-Hilaire: revision of the Drosera villosa complex (Droseraceae) supports 200 year-old neglected species concepts” |
Pra piorar a situação, parece que a parte feminina também não aceita muito bem o pólen da própria flor. Dessa maneira, pouquíssimas sementes são produzidas (ou nenhuma é produzida). O fato é, se você quiser produzir muitas sementes de Drosera ascendens e Drosera graomogolensis, vai ter que fazer polinização cruzada, o que vai exigir que você tenha plantas diferentes ai com você (ou seja, as plantas não podem ser clones, precisam ser geneticamente diferentes).
Ah Matheus, então a única maneira de produzir muitas sementes dessas espécies vai ser fazendo polinização cruzada ? Graças a Deus não. Existe uma maneira de fugir disso.
Uma técnica utilizada pelos cultivadores para aumentar a produção de sementes por meio da autopolinização, é simplesmente cortar a parte feminina da flor (cortar a parte do estilo, aquela parte que conecta o estigma ao ovário). Depois que cortar (corte até mais em baixo, já chegando perto do ovário), você vai pegar o pólen da parte masculina (com o auxílio de um pincel) e vai passar no corte. Ao fazer isso, você garante que a parte feminina vai aceitar receber o pólen da própria flor.
Flor da Drosera graomogolensis Itacambira, Minas Gerais, Brasil Foto de Anderson S. Alves, retirada do fórum “www.plantascarnivorasbr.com” |
O estigma é a parte que recebe o pólen (é aquela estrutura que fica na ponta da parte feminina). Ele é o órgão que decide qual grão de pólen que vai fecundar os embriões das futuras sementes. Sem o estigma, qualquer grão de pólen que cair na região do corte vai conseguir fecundar os embriões e gerar sementes (qualquer grão de pólen de outras Droseras, tá ?).
Ah Matheus, então com essa técnica eu consigo produzir muitas sementes ? Mais ou menos. Tem cultivadores que conseguem produzir 6, 10, 20 ou até mais sementes com essa técnica, já outros não conseguem produzir nada.
Sementes de Drosera graomogolensis Foto cedida gentilmente pela cultivadora Angelica Lima |
Enfim, vamos falar de outras espécies “complicadas” de reproduzir por sementes
Com relação ao Complexo Drosera graminifolia, parece que os cultivadores não tiveram sucesso na germinação da Drosera graminifolia. Parece que as sementes tem um tempo de viabilidade muito curto, mas confesso que não consegui apurar essa informação com mais detalhes. O fato é que ela é uma espécie muito rara, tanto na natureza quanto em cultivo.
Drosera spiralis é parecida com Drosera ascendens e Drosera graomogolensis com relação a essa problemática das sementes, porém, felizmente elas conseguem produzir um pouco a mais de sementes por autopolinização em comparação com essas duas. A produção de sementes é ainda maior se você ajudar no processo de autopolinização, então se a sua planta começar a florir, faça a autopolinização o mais rápido possível. Não precisa chegar ao ponto de cortar a parte feminina da flor, basta apenas pegar o pólen da parte masculina e passar na parte feminina.
Floração em Drosera spiralis Fotos cedidas gentilmente pelo cultivador Matheus Delagostini |
Floração em Drosera spiralis Foto de Michael Barton, retirada do grupo do Facebook “International Carnivorous Plant Society Forum” |
A taxa de germinação das sementes parece que é bastante variável nessa espécie. Tem cultivadores que relatam que as sementes germinam em poucas quantidades, já outros relatam que elas germinam maravilhosamente bem. As mudas recém germinadas parecem que aceitam bem ao transplante (ou seja, não morrem fácil ao serem transplantadas para outros locais) e conseguem crescer em climas bem variados. Um cultivador relatou que a germinação dela no clima do Rio de Janeiro foi muito fácil.
Com relação a Drosera magnifica, eu não consegui encontrar informações sobre produção de sementes.
Viabilidade das Sementes
Normalmente as sementes das Droseras Brasileiras tem uma viabilidade muito curta quando comparadas com sementes de outras espécies. Normalmente você consegue armazena-las por 1 ano, depois disso a taxa de germinação cai muito ao ponto de nenhuma semente nascer mais.
Sementes de Drosera camporupestris com 0.5 mm Foto da dissertação de mestrado do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, intitulada “Revisão Taxonômica do Clado Tetraploide-Brasileiro de Drosera L. (Droseraceae)” |
Guardar as sementes na geladeira (dentro de envelopes de papel, na parte onde se guarda as verduras) ajuda a aumentar a viabilidade delas (alguns cultivadores relataram que conseguiram germinar sementes depois de 3 anos guardadas na geladeira). Porém, tem espécies onde nem isso resolve o problema.
Drosera grantsaui e Drosera communis possuem sementes com uma casca extremamente fina (é tão fina que da até pra ver o embrião lá dentro).
Drosera grantsaui Grão Mogol, Minas Gerais, Brasil Foto cedida gentilmente pelo cultivador Carlos Rohrbacher |
Sementes de Drosera grantsaui com 0.5 mm Foto da dissertação de mestrado do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, intitulada “Revisão Taxonômica do Clado Tetraploide-Brasileiro de Drosera L. (Droseraceae)” |
Com uma casca mais fina as sementes se tornam mais leves, e assim ficam bem mais fáceis de serem transportadas pelo vento para serem germinadas em outros locais. Porém, esse fato da casca ser muito fina faz com que as sementes fiquem muito intolerantes a dessecação (ou seja, as sementes desidratam muito rápido). Isso faz com que as sementes só fiquem viáveis para germinar em um curto intervalo de tempo, geralmente 1 a 2 meses em ambiente natural, e de 2 a 4 meses quando armazenadas na geladeira.
Época de Floração
É importante conhecer o período de floração das espécies pra saber quando coletar as sementes.
Complexo Drosera villosa
Com relação as espécies do Complexo Drosera villosa:
Drosera villosa floresce durante a estação chuvosa, que corresponde aos meses de outubro a fevereiro.
Flor da Drosera villosa Serra do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera chimaera floresce durante a estação seca (julho a setembro), mas pode estender essa floração até o início da primavera (outubro).
Floração da Drosera chimaera Grão Mogol, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “www.cpukforum.com” |
Drosera ascendens floresce apenas no auge da estação seca (julho a setembro).
Inflorescências da Drosera ascendens Parque Nacional das Sempre Vivas, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Flor da Drosera ascendens em cultivo Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera riparia pode florescer o ano todo, não possui período específico de floração.
Floração da Drosera riparia em cultivo A inflorescência que está sendo medida tem 40 cm de altura Foto de Daniel O. (Daniel Olschewski), retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Drosera graomogolensis floresce durante a estação seca e início da primavera (julho a outubro).
Floração da Drosera graomogolensis Grão Mogol, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
O período de floração da Drosera latifolia é muito variável. As plantas que estão na Serra do Espinhaço geralmente florescem durante a estação seca (de junho a setembro), tendo um segundo e menor período de floração na estação chuvosa (fevereiro a março). Já as plantas que estão em serras mais próximas do litoral (Serra da Mantiqueira, Serra do Mar, etc.) florescem durante o final da estação seca e na estação das chuvas (de setembro a fevereiro).
Floração da Drosera latifolia (Morfotipo Serra do Espinhaço) Diamantina, Minas Gerais, Brasil Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Complexo Drosera graminifolia
Com relação as espécies do Complexo Drosera graminifolia:
Drosera graminifolia costuma florescer no início da estação chuvosa (janeiro a abril), mas já foi relatado que essa espécie também pode florescer entre agosto e setembro.
Inflorescência da Drosera graminifolia Serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera spiralis pode florescer durante o ano todo, mas o principal período de floração ocorre entre abril a dezembro.
Flor da Drosera spiralis Drosera spiralis tem tentáculos nas flores, diferente da Drosera graminifolia (que não tem) Diamantina, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Floração da Drosera spiralis Itacambira, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera magnifica floresce no final da estação seca e o início da estação chuvosa, o que corresponde aos meses de outubro a dezembro.
Floração da Drosera magnifica Pico do Padre Ângelo, Conselheiro Pena, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Fernando Rivadavia, retiradas do grupo do Facebook “International Carnivorous Plant Society Forum” |
Complexo Drosera montana
Com relação as espécies do Complexo Drosera montana:
Drosera montana tem um período de floração concentrado na estação chuvosa, de dezembro a março no Brasil, e de janeiro a maio na Bolívia. Porém, alguns indivíduos já foram vistos florescendo até o início da estação seca (que corresponde ao mês de junho, tanto no Brasil como na Bolívia).
Inflorescências da Drosera montana Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Foto de Luciano Pedrosa, retirada do grupo do Facebook “DetWeb” |
Flor da Drosera montana Lima Duarte, Minas Gerais, Brasil Foto de Rodrigo Freitas, retirada do grupo do Facebook “DetWeb” |
Drosera spirocalyx floresce durante o auge da estação seca (julho), mas pode estender essa floração até o meio da primavera (novembro).
Floração da Drosera spirocalyx Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera tentaculata também floresce durante o auge da estação seca (julho), e estende essa floração até o início da primavera (outubro).
Inflorescência da Drosera tentaculata Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “www.cpukforum.com” |
Inflorescência da Drosera tentaculata Diamantina, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “www.cpukforum.com” |
Floração da Drosera tentaculata Itacambira, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Drosera tomentosa pode florescer durante o ano todo, mas o principal período de floração ocorre durante a estação seca, entre junho a setembro, geralmente durando cerca de um ou dois meses.
Inflorescência da Drosera tomentosa variedade tomentosa Gouveia, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “www.cpukforum.com” |
Floração da Drosera tomentosa variedade tomentosa Botumirim, Minas Gerais, Brasil Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Outras Droseras sem complexo
Com relação a outras Droseras sem complexo:
Drosera camporupestris floresce na estação seca (maio a setembro), mas já foram vistos indivíduos florescendo em fevereiro (estação chuvosa).
Floração da Drosera camporupestris em cultivo Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Fotos de Anderson S. Alves, retiradas do fórum “www.plantascarnivorasbr.com” |
Drosera chrysolepis começa a florescer no final da estação chuvosa (abril) e termina no fim da estação seca (setembro).
Floração da Drosera chrysolepis Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Drosera schwackei começa a florescer do meio até o final da estação chuvosa (fevereiro a abril), mas já foram vistos alguns indivíduos florescendo até julho.
Floração em Drosera schwackei em cultivo Fotos de Daniel O., retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Drosera quartzicola floresce bem no auge da estação chuvosa (janeiro a fevereiro), mas já foram vistos alguns indivíduos com flores em abril.
Floração em Drosera quartzicola Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do fórum "www.cpukforum.com" |
Drosera grantsaui pode florescer durante o ano todo, mas o principal período de floração ocorre durante o final da estação seca (entre agosto a novembro).
Inflorescência da Drosera grantsaui em cultivo Fotos de Prompt, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” |
Cuidados Durante a Floração
A reprodução é um evento que demanda muita energia. Toda a energia que antes era usada para o crescimento passa a ser repentinamente usada para produzir sementes, e isso deixa a planta completamente esgotada.
Evite fazer mudas, trocar substrato ou mesmo mudar a planta de lugar durante esse período. Plantas saudáveis e bem alimentadas passam por esse período tranquilamente sem dificuldades, mas plantas mais fracas ficam bem sensíveis e podem até morrer depois da floração.
Coleta de Plantas da Natureza
Se por ventura você encontrar essas plantas em ambiente natural e você quiser cultiva-las, lembre-se: NUNCA COLETE AS PLANTAS. Porque ?
Bom, o primeiro motivo é porque muitas dessas plantas estão ameaçadas de extinção, e a remoção de um único indivíduo pode prejudicar muito as populações locais. As vezes existe apenas um único indivíduo responsável por produzir as sementes que vão garantir a manutenção das futuras gerações de plantas na área (ou seja, toda uma população de plantas só existe por conta de um único indivíduo). Se você retirar esse indivíduo, vai estar simplesmente levando a extinção todas as plantas do local de uma vez só, para sempre.
O segundo motivo está relacionado com a planta a ser cultivada. A planta que você encontrou em habitat natural, está adaptada as condições daquele ambiente, e não as condições da sua casa. Não adianta você coletar essa planta, ela muito provavelmente vai acabar morrendo (seja porque ela não vai aguentar ser arrancada do lugar ou porque ela não vai se adaptar ao clima lá da sua casa).
O ideal seria você coletar apenas as sementes (e com moderação). Cada semente tem seu próprio material genético, que é único. Cada semente que germinar vai originar plantas com diferentes potenciais, e essa é a chave. Das sementes que você coletar, vão nascer muitos indivíduos que vão estar mais adaptados a crescer nas mesmas condições encontradas em ambiente natural. Porém, também vão nascer muitos outros indivíduos adaptados a crescer nas condições de cultivo ai da sua casa, e são esses indivíduos que você precisa cultivar.
Atualmente já existem muitas sementes de espécies Brasileiras disponíveis no mercado, então não existe a menor necessidade de ficar por ai coletando sementes. Entre nos grupos de Plantas Carnívoras do Facebook e pergunte por vendedores CONFIÁVEIS que cultivem espécies Brasileiras, sempre vai ter algum para vender sementes pra vocês.
Bom, pra nossa sorte, existem outras formas de reproduzir plantas sem ser por sementes. Se você quer descobrir como reproduzir Droseras sem ser por meio de sementes, é só clicar aqui “Droseras Brasileiras – Reprodução Vegetativa (Estaquia/Cutting)”
Referência
Essa publicação faz parte do guia de cultivo das Droseras Brasileiras. Todas as referências utilizadas aqui vão estar listadas lá no guia. Para acessar o guia, é só clicar aqui “Como Plantar Droseras Brasileiras ?”.
Comentários
Postar um comentário