Droseras Brasileiras - Drosera chrysolepis

Morfologia 

Nessa espécie as folhas tem um formato Fusiforme ou Espatulado-linear (ou seja, uma mistura do formato Espatulado e Linear). O pecíolo é bem estreito e tem o mesmo tamanho ou é maior que a lâmina.
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Folhas da Drosera chrysolepis
 Piatã, Bahia, Brasil
 Foto do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do site “www.plantsystematics.org” 


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Folhas da Drosera chrysolepis
 Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil
 Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum "www.cpukforum.com"
 

Drosera chrysolepis é muito parecida com Drosera camporupestris, e a principal diferença entre elas está no caule e na quantidade de folhas da roseta. 
Drosera chrysolepis pode formar um caule longo de até 46 cm de comprimento que fica coberto por folhas mortas. Na medida em que o caule vai crescendo ele pode perder a estabilidade, e quando acontece isso ele passa a ser sustentado pela vegetação ao redor. O Caule raramente se ramifica mais de uma vez. 
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Formação de caule em Drosera chrysolepis
 Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil
 Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum "www.cpukforum.com"


Formação de caule em Drosera chrysolepis
 Platigi, Bahia, Brasil
 Foto do pesquisador especialista em plantas carnívoras Fernando Rivadavia, retirada do fórum “cpukforum.com

A roseta da Drosera chrysolepis consegue manter várias folhas ativas ao mesmo tempo (até 13 folhas). As espécies do estado da Bahia geralmente têm folhas bem menores e bem mais estreitas. 

Ocorrência 

Drosera chrysolepis é endêmica do Brasil, podendo ser encontrada nos estados da Bahia e Minas Gerais. 
Na Bahia ela é encontrada na Chapada Diamantina (que faz parte da região do extremo norte da Serra do Espinhaço) e na região litorânea do estado. Em Minas Gerais ela pode ser encontrada na Serra do Espinhaço, desde a região norte da serra até a região sul. 
Ilustração da Serra do Espinhaço
 Modificação que eu fiz da ilustração adaptada por Maíra Goulart e publicada por Rodrigo Hortenciano no site "exploradores.com.br"

A região norte da Serra do Espinhaço é dividida entre os estados da Bahia e Minas Gerais (sendo as demais regiões sendo encontradas apenas em Minas Gerais, na região centro-leste do estado). A região norte da Serra do Espinhaço que corresponde a parte da Bahia é chamada de Chapada Diamantina (ela foi encontrada principalmente nos municípios de Rio de Contas, Abaíra, Inúbia, Piatã, Mucugê e Barra da Estiva). 
Vale do Pati
 
Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil
 
Foto de Carlos Perez Couto

Já a região norte da serra que corresponde a parte de Minas Gerais é chamada de Complexo Montanhoso do Norte (que fica entre o município de Itacambira até o município de Espinosa, sendo encontrada principalmente na Serra de Grão Mogol e Serra Geral, perto do município de Rio Pardo de Minas). 
Serra do Parque Estadual de Serra Nova e Talhado
 
Rio Pardo de Minas, Minas Gerais, Brasil
 
Foto de Marthon Livramento, retirada do site “queromochilar.com.br” 

As regiões centrais da Serra do Espinhaço correspondem as regiões do Planalto de Diamantina (que corresponde ao município de Presidente Kubitschek até o município de Itamarandiba, sendo encontrada principalmente em Diamantina e São Gonçalo do Rio Preto) e a Serra do Cipó (que corresponde ao município de Santa Luzia até o município de Congonhas do Norte). 
Poço do Soberbo
 
Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil
 
Foto de Rafael Santiago, retirada do blog “trekkingnamontanha.blogspot.com” 

E a região sul da Serra do Espinhaço corresponde a região da Serra do Ouro Branco (que corresponde ao município de Ouro Branco até o município de Caeté, sendo encontrada principalmente em Caeté). 
Serra do Ouro Branco
Minas Gerais, Brasil
Foto feita durante um mochilão do grupo de amigos do blog "natrilhacerta2015.blogspot.com"

Embora tenha uma grande área de distribuição, Drosera chrysolepis não é uma espécie comum. Ela é mais facilmente encontrada na Serra do Cipó e na Chapada Diamantina (no município de Catolés), porém as populações dessa espécie são sempre pequenas, com apenas alguns indivíduos e estando bem isoladas. 
Nas regiões dos Campos Rupestres a Drosera chrysolepis é encontrada em altitudes que variam dos 1.200 metros aos 1.800 metros. Já nas regiões litorâneas do estado da Bahia Drosera chrysolepis ocorre nas Vegetações com Influências Marinhas (Restingas), que estão próximas ao nível do mar (regiões de clima quente e úmido o ano todo). Drosera chrysolepis é encontrada frequentemente em sedimentos e solos arenosos. 
Na região das Vegetações com Influências Marinhas (Restingas) elas são encontradas em solos arenosos. As maiores plantas (isto é, aquelas que tem longos caules e conseguem manter várias folhas ativas de uma vez) são encontradas ao longo dos cursos d’água, crescendo no meio da vegetação alagada (formada por capins bem altos e densos). Já as menores plantas (isto é, aquelas que tem caules curtos e apenas 3 ou 4 folhas ativas) vivem em ambientes onde o solo apenas se mantem úmido (ou seja, áreas que não alagam, que recebem apenas água do nevoeiro ou da chuva). 

Pratigi, litoral da Bahia
 
Bahia, Brasil
 
Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Fernando Rivadavia, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” 



Drosera chrysolepis crescendo no litoral
 
Pratigi, Bahia, Brasil
 
Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Fernando Rivadavia, retiradas do fórum “www.cpukforum.com” 

Na região dos Campos Rupestres elas são encontradas em locais com ambiente mais sazonal, que permanecem úmidos na estação das chuvas (verão) e que ficam mais secos durante o inverno. Esses locais podem ser formados por cursos d’água como nascentes (e aí elas crescem entre a vegetação densa formada por capins) ou mesmo por solos arenosos onde existe grande concentração de cascalho de quartzo branco. Elas também podem ser encontradas em locais que ficam úmidos o ano todo (Campos Úmidos), porém isso é mais raro.
 





Drosera chrysolepis crescendo sobre sedimentos e Neossolos Litólicos
 
Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil
 
Fotos da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retiradas do fórum “www.cpukforum.com
 

Os pesquisadores não descreveram o que seria esse tal “solo arenoso” onde as Droseras foram encontradas, mas no caso das Vegetações com Influências Marinhas (Restingas), ele muito provavelmente é um Espodossolo. E no caso dos Campos Rupestres, ele muito provavelmente é um Neossolo Litólico formado pelo Quartzito (Rocha Metamórfica) ou pelo Arenito (Rocha Sedimentar). 
Na região dos Campos Rupestres, Drosera chrysolepis é encontrada vivendo principalmente com Drosera communis, Drosera hirtella var. hirtella, Drosera montana, Drosera quartzicola, Drosera spiralis, Drosera spirocalyx, Drosera tentaculata, Drosera tomentosa var. tomentosa e Drosera tomentosa var. glabrata. 
Na região das Vegetações com Influências Marinhas (Restingas), Drosera chrysolepis é encontrada vivendo principalmente com Drosera intermedia, Drosera tomentosa e Drosera communis. 

Risco de Extinção


Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), atualmente a Drosera chrysolepis é considerada como uma espécie Pouco Preocupante (sigla LC, do inglês “Least Concern”). Apesar de não ser uma espécie comum, Drosera chrysolepis tem uma grande área de distribuição e ocorre dentro de várias unidades de conservação. 


Outras Droseras 





Pra facilitar a vida de vocês, vou deixar aqui o link que vai direto para as publicações sobre os outros complexos. 




Referência 


Essa publicação faz parte do guia de cultivo das Droseras Brasileiras. Todas as referências utilizadas aqui vão estar listadas lá no guia. Para acessar o guia, é só clicar aqui “Como Plantar Droseras Brasileiras ?”.

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