Droseras Brasileiras - Drosera spiralis
Morfologia
Nessa espécie as folhas tem uma forma Linear. As pontas das folhas são bem estreitas e bem mais cilíndricas em comparação com Drosera graminifolia.
Folha linear em Drosera spiralis Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Prefoliação Circinada irregular em Drosera spiralis Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
O pecíolo tem diferentes tamanhos dependendo da localização das plantas. Plantas que estão mais ao norte da Serra do Espinhaço costumam ter pecíolos mais longos, e plantas que estão mais ao sul da Serra do Espinhaço costumam ter pecíolos mais curtos. Diferente das estípulas de Drosera graminifolia e Drosera magnifica (que são curtas), as estipulas de Drosera spiralis são bem longas (nesse caso abaixo são tão longas que chegam a cobrir o pecíolo).
Pecíolo e Estípulas em Drosera spiralis Foto da publicação do pesquisador especialista em plantas carnívoras Paulo Gonella, retirada do grupo do Facebook “Plantas Carnívoras – Brasil” |
Pecíolo e Estípulas em Drosera spiralis Itacambira, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “cpukforum.com” |
Diferente da roseta de Drosera graminifolia e Drosera magnifica (que conseguem manter várias folhas ativas ao mesmo tempo), a roseta de Drosera spiralis consegue manter apenas algumas folhas ativas por vez (geralmente apenas 3 ou 4 folhas). As folhas podem atingir um comprimento de 35 cm.
Roseta da Drosera spiralis Grão Mogol, Minas Gerais, Brasil Foto de william_hoyer, retirada do site “www.naturalista.mx" |
Drosera spiralis pode formar um caule curto de 10 cm de comprimento que fica coberto por folhas mortas.
Formação de caule em Drosera spiralis Botumirim, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “cpukforum.com” |
As raízes são suculentas (ou seja, conseguem armazenar certas quantidades de nutrientes para a planta).
Ocorrência
A Drosera spiralis é endêmica das regiões centrais e norte da Serra do Espinhaço (que estão no estado de Minas Gerais), crescendo em altitudes que variam de 700 metros a 1.500 metros de altitude.
Ilustração da Serra do Espinhaço Modificação que eu fiz da ilustração adaptada por Maíra Goulart e publicada por Rodrigo Hortenciano no site "exploradores.com.br" |
A região norte da Serra do Espinhaço é dividida entre os estados da Bahia e Minas Gerais (sendo as demais regiões encontradas apenas em Minas Gerais, na região centro-leste do estado). A região norte da Serra do Espinhaço que corresponde a parte da Bahia é chamada de Chapada Diamantina (só pra lembrar, Drosera spiralis não ocorre na Bahia).
Já a região norte da serra que corresponde a parte de Minas Gerais é chamada de Complexo Montanhoso do Norte (que fica entre o município de Itacambira até o município de Espinosa, abrangendo principalmente as montanhas de Itacambira, Botumirim e Grão Mogol).
Serra de Santana Localizada entre os municípios de Botumirim e Itacambira Minas Gerais, Brasil Foto de Marcelo Santos |
Uma das regiões centrais da Serra do Espinhaço onde Drosera spiralis ocorre corresponde região do Planalto de Diamantina, que corresponde ao município de Presidente Kubitschek até o município de Itamarandiba.
Drosera spiralis é encontrada nos Campos Rupestres, crescendo em sedimentos orgânicos e solos arenosos (Neossolos Litólicos) formados por Arenito (Rocha Sedimentar) e Quartzito (Rocha Metamórfica). É bem resistente a dessecação, e durante o inverno a única fonte de umidade que recebe parece ser a do ar que condensa durante a noite.
Drosera spiralis crescendo em sedimentos e Neossolos Litólicos Diamantina, Minas Gerais, Brasil Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum “cpukforum.com” |
Drosera spiralis crescendo em sedimentos e Neossolos Litólicos Itacambira, Minas Gerais, Brasil Fotos de Christian Dietz, retiradas do fórum “cpukforum.com” |
Drosera spiralis crescendo em sedimentos Botumirim, Minas Gerais, Brasil Foto de Christian Dietz, retirada do fórum “cpukforum.com” |
A Drosera spiralis foi encontrada vivendo principalmente com a Drosera tomentosa, e mais raramente com Drosera ascendens, Drosera camporupestris, Drosera chrysolepis, Drosera communis, Drosera graomogolensis, Drosera hirtella var. hirtella, Drosera montana, Drosera tentaculata, Drosera grantsaui, e outras espécies de plantas carnívoras como as Genlisea, e Utricularia.
Risco de Extinção
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), atualmente a Drosera spiralis é considerada como uma espécie Pouco Preocupante (sigla LC, do inglês “Least Concern”). Ela tem uma grande área de distribuição e ocorre em diversas unidades de conservação.
Outras espécies do Complexo Drosera graminifolia
Pra facilitar a vida de vocês, vou deixar aqui o link que vai direto para as publicações sobre os outros complexos.
Referência
Essa publicação faz parte do guia de cultivo das Droseras Brasileiras. Todas as referências utilizadas aqui vão estar listadas lá no guia. Para acessar o guia, é só clicar aqui “Como Plantar Droseras Brasileiras ?”.
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