Onde as Plantas Crescem - Plintossolos

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Perfil de um Plitossolo
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"


Esse guia é uma continuação da publicação: "Solo, Terra, Substrato - Qual é a Diferença ?"


Origem do Nome

O nome vem do Grego “Plinthos”, que significa “Ladrilho”, em referência aos materiais argilosos coloridos desse solo que endurecem quando ficam expostos. Esses materiais argilosos formam o Horizonte plíntico. 

Formação (Origem Pedogênica)
Os Plintossolos são formados pelos processos de Plintitização e Laterização, que estão relacionados com a redução, oxidação e hidrólise do Ferro. 

O processo funciona da seguinte maneira: no interior do solo ocorrem grandes acumulações de óxidos de ferro, e esses óxidos de ferro estão sob a forma de nódulos macios. Quando esses nódulos macios são umedecidos e secos repetidas vezes, eles acabam ficando cimentados (isto é, ficam extremamente duros) no decorrer do tempo. Quando esses nódulos macios ficam cimentados, a gente chama eles de Plintita. Os nódulos macios são cimentados por conta da ação do nível freático do solo (quando o nível está alto, molha os nódulos, quando está baixo, deixa os nódulos secos). 
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Perfil de um Plintossolo Argilúvico
As cores vermelhas são por conta da formação da Plintita
Foto retirada do acervo da Embrapa Solos

Origem Geológica
Sedimentos argilosos, argilo-arenosos e Lateritas (couraça ferruginosa, couraça laterítica, ferricrete, petroplintita, etc). 

Tipos de Plintossolos
Com base no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), os tipos de Plintossolos mais conhecidos são o Plintossolo Pétrico, Plintossolo Argilúvico e o Plintossolo Háplico. No Sistema Estadunidense de Classificação de Solos (Soil Taxonomy) ele pertence ao subgrupo “Plinthic” e está em várias classes de solo (Oxisols, Ultisols, Alfisols, Entisols, Inceptisols). 
Tipos de Plintossolos
Foto retirada do poster “Classes de Solos do Brasil”, elaborado por: Ademir Fontana (Embrapa Solos), Fabiano de Carvalho Balieiro (Embrapa Solos) e Marcos Gervásio Pereira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Características dos Plintossolos 
Os Plintossolos são solos que possuem a presença da Plintita no seu interior (formando o Horizonte Plíntico). A Plintita deixa o solo com uma cor mais acinzentada/esbranquiçada, formando muitos salplicados de vermelho ou vermelho-amarelado no seu interior. 
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Perfil de um Plintossolo
Goiana, Pernambuco, Brasil
Foto de Manoel Batista de Oliveira Neto

Os Plintossolos são naturalmente muito compactados (principalmente na região onde está localizada a Plintita). Eles são muito duros ou extremamente duros, e quando possuem a Laterita já formada no seu perfil, ficam ainda mais duros. 
Plitossolo em uma estrada
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"
Plitossolo sendo erodido pela ação da água
O quadrado na imagem mostra o afloramento da Plintita
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"

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Perfil de um Plitossolo em um barranco
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"

Quando molhado os Plintossolos ficam um pouco menos duros, mas mesmo assim continuam bem firmes. Quando molhados eles apresentam uma consistência mais pegajosa ao toque. Quando secos eles tem uma textura franco-arenosa ou mais fina. 
Os Plintossolos são solos fortemente ácidos e tem baixos níveis de fósforo no seu interior. Eles costumam ser solos Distróficos (tem nutrientes, mas eles estão em uma concentração mais baixa) ou Álicos (tem poucos nutrientes, e além disso o solo pode ser tóxico por conta da grande concentração de alumínio – esse mineral é tóxico em grandes quantidades). 
Superfície de um Plitossolo
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"

Perfil de um Plintossolo Pétrico
Cuiabá, Mato Grosso, Brasil
Foto retirada do @pedologando, um perfil maravilhoso do Daniel Pontoni dedicado a divulgar os conhecimentos da Ciência do Solo pelo Brasil


Uma Confusão de Nomes – O que é a Plintita, Laterita e Canga 

Um monte de coisas podem ser formadas a partir da Plintita. Mas pra entender que coisas são essas, precisamos visualizar o que de fato é a Plintita na nossa mente. 

No solo, a Plintita pode ocorrer de forma laminar (como se fosse uma película fina ou grossa), ou formando “torrões” (que são estruturas em formato de nódulo ou esfera). Da pra separar a Plintita do solo, cortando um pedaço dela ou catando os torrões um por um. 
Uma amostra de Plintita sendo retirada do solo
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"

No solo úmido, a Plintita é bem macia, você pode cortar ela usando uma pá ou quebrando o torrão com as próprias mãos. Agora quando ela está seca, a Plintita fica muito dura. Se você mergulhar o torrão duro na água e ficar agitando, ela não vai se desmanchar na hora, só depois de umas 2 horas que ela volta a ficar macia o suficiente pra se desmanchar. 
Um torrão de Plintita
Foto retirada do "Rationale for a Plinthic Rationale for a Plinthic Horizon in Horizon in Soil Taxonomy Soil Taxonomy"

Quando a Plintita é cimentada (isto é, fica extremamente dura) em quantidades muito grandes, a gente chama ela de Laterita. Ou seja, nesse caso primeiro se forma a Plintita (processo de Plintitização) e só depois a Laterita (processo de Laterização). 


O que é a Laterita ? 
Perfil de uma Laterita
Foto retirada do "Nickel-Cobalt Laterites—A Deposit Model"

A Laterita pode ser composta por Dióxido de Silício (da origem ao Quartzo), Óxido de Alumínio (da origem a Boehmita), Óxido de Ferro (da origem a Hematita, Goethita e em alguns casos a Maghemita) e água. Ela também pode ser composta por pequenas quantidades de Dióxido de Titânio (da origem ao Anatase e Rutilo) e Óxido de Cromo (esses dois últimos tem origem de Rochas Ígneas Ultrabásicas). 
Outros minerais como a caulinita, gibbsita e cromita também estão presentes.
Todos os minerais alcalinizantes que faziam parte da Laterita (minerais como o cálcio, magnésio, potássio, etc.) foram levados embora por conta da ação da água, então a Laterita é super ácida e pobre em nutrientes. 

No solo, a Laterita pode ocorrer formando camadas ou formando “torrões” (que são estruturas em formato de nódulo ou esfera). 
Camada de Laterita
Makhtesh Gadol, Israel
Essa Laterita foi formada na época do período Cretáceo (o fim da era dos Dinossauros)
Foto tirada por Mark A. Wilson

As camadas de Laterita podem ter alguns centímetros de espessura ou chegar até 30 metros de profundidade. A Laterita, assim como a Plintita, é macia quando está úmida, mas é extremamente dura quando está seca. Quando ela está seca a estrutura dela é igual a de um tijolo de barro, é muito dura, mas ao mesmo tempo é super porosa (ou seja, a água consegue passar por ela). Se os poros da Laterita forem obstruídos (isto é, ficarem tampados) quando ela estiver molhada, ela para de absorver água (ai podem se formar lagoas na sua superfície). 

Resumindo: a Laterita não é um tipo de solo, mas ela se comporta como se fosse um solo (pode absorver água e permitir o crescimento de plantas).

Quando a Laterita acabou de ser formada, e ainda está lá dentro do solo, ela pode receber os nomes de Petroplintita, Ferricrete ou Laterita Primária. Então pra resumir e facilitar nossa vida como pessoas leigas: Laterita Primária, Petroplintita ou Ferricrete são MESMA COISA. 

Quando a Laterita está exposta (ou seja, está por cima do solo) e forma uma camada bem extensa sobre a superfície, ela pode receber os nomes de Crosta Laterítica, Couraça Laterítica ou Couraça Ferruginosa. Então pra resumir e facilitar a nossa vida como pessoas leigas: Laterita, Crosta Laterítica, Couraça Laterítica ou Couraça Ferruginosa são MESMA COISA. 

Quando aquela Laterita que estava exposta, formando uma camada bem extensa sobre a superfície é fragmentada, em diferentes tamanhos (formando uma espécie de cascalho), ela recebe o nome de Concreções Lateríticas ou Laterita Secundária. Então pra resumir e facilitar nossa vida como pessoas leigas: Laterita Secundária e Concreções Lateríticas são MESMA COISA. 
Foto mostrando a Laterita em seus formatos mais comuns
Ela pode estar sobre o formato de uma crosta ou estar “quebrada”, formando esse cascalho
Distrito de Birbhum, Bengala Ocidental, Índia
Foto retirada do artigo intitulado “Characterization and evolution of primary and secondary laterites in northwestern Bengal Basin, West Bengal, India

O que a Laterita Forma ? 

A partir do momento que a Laterita é formada, ela pode passar por vários outros processos Pedogênicos e Geológicos e originar vários materiais diferentes. 

Resumindo: depois que a Laterita é formada, ela pode virar qualquer outra coisa, como por exemplo: 

Laterita formando Rochas

Quando a Laterita passa por processos geológicos ela pode se transformar em novas rochas, como por exemplo, a Bauxita, um tipo de Rocha Sedimentar. É da Bauxita que são extraídos o Ferro e Alumínio utilizado em vários processos industriais. 
Rocha Bauxita
Foto retirada do relatório “Bauxita No Brasil - Mineração Responsável e Competitividade


Laterita formando Cangas
A Canga é uma superfície feita de uma mistura de várias pedras que estão ligadas umas às outras, formando uma crosta dura (tipo um pavimento, sabe ?). Essas pedras são formadas por pedaços de Laterita e fragmentos de Rochas que estão firmemente unidos (eles podem ser colados por um montão de processos diferentes). 
Discocactus crescendo sobre a Canga do Quadrilátero Ferrífero
Minas Gerais, Brasil
Foto tiradas do livro “Ilhas de Ferro - Descobrindo a importância ambiental dos ecossistemas em cangas ferruginosas

A Canga, assim como a Laterita, não é um solo, mas ela pode se comportar como um solo (pode absorver água e permitir o crescimento de plantas). 
Vista lateral do perfil de uma Canga
Reparem como a Canga pode ser profunda
Parque Estadual da Serra do Rola Moça
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Foto de Pedro Hauck, retirada do seu site www.pedrohauck.nt

As Rochas (que estão na forma de pedras) que compõem a Canga normalmente são ricas em Ferro, então as Cangas são normalmente encontradas em áreas que possuem Rochas ricas em Ferro. Qualquer Rocha que tiver mais de 15 % de Ferro na sua composição já é considerada como rica em Ferro, e Rochas ricas em Ferro são chamadas de “Formações Ferríferas”. 
No Brasil, as principais Formações Ferríferas possuem os seguintes tipos de Rocha em sua composição: Itabiritos, Jaspilitos, Diamictitos, Dolomitos e Filitos Ferruginosos. 
As Cangas são encontras nas áreas mais altas do relevo (Alto de vales, Serras, Platôs, Montanhas, Cordilheiras) e ocorrem em países como o Brasil, Austrália, Índia, Guiné, Burkina Faso, República da África Central e Venezuela. 
Foto mostrando o topo da Serra do Rola moça
A superfície da serra é formanda pela Canga
Parque Estadual da Serra do Rola Moça
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Foto de Pedro Hauck, retirada do seu site www.pedrohauck.nt

Foto mostrando o topo da Serra do Rola moça
A superfície da serra é formanda pela Canga
Parque Estadual da Serra do Rola Moça
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Foto de Rafael Araújo, retirada do "CPRM Serviço Geológico do Brasil"

No Brasil, as Cangas podem ser encontradas principalmente no Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais), Morraria do Urucum (Mato Grosso do Sul), Serra de Carajás (Pará), Vale do Rio Peixe Bravo (Minas Gerais), Bacia do Rio Santo Antônio (Minas Gerais) e Caetité (Bahia). 
Mapa mostrando as principais áreas de ocorrência de Canga Ferruginosa
Foto retirada do artigo intitulado “Cangas: Ilhas de Ferro Estratégicas para a Conservação no Brasil
Lago sobre a Canga
Serra dos Carajás, Pará, Brasil
Foto retiradas do livro “Paisagens e Plantas de Carajás

Canga no Platô da Serra dos Carajás
Pará, Brasil
Foto retiradas do livro “Paisagens e Plantas de Carajás

Lagoa sobre a Canga
Serra dos Carajás, Pará, Brasil
Foto retiradas do livro “Paisagens e Plantas de Carajás

Campo Úmido sobre a Canga
Serra dos Carajás, Pará, Brasil
Foto retiradas do livro “Paisagens e Plantas de Carajás
Lagoas sobre a Canga
Serra dos Carajás, Pará, Brasil
Foto retiradas do livro “Paisagens e Plantas de Carajás

Laterita formando Solos

Quando as Rochas e as Cangas formadas pela Laterita passam por processos Pedogenéticos elas podem formar novos solos, ou seja, TODO AQUELE PROCESSO que levou MILHÕES DE ANOS para acontecer, volta novamente ao ponto inicial (o ciclo recomeça). 
As Cangas e as Rochas que compões as Cangas normalmente são muito duras, então o processo de formação de solos que acontece com elas acaba sendo muito lento, então os solos formandos nesses processos geralmente são rasos e muito pedregosos. 
Os solos formados mais comuns são Neossolos Litólicos, Cambissolos e Plintossolos Pétricos.

Como as Cangas são encontradas nas áreas mais altas do relevo (Alto de vales, Serras, Platôs, Montanhas, Cordilheiras), as vegetações que são encontras sobre elas são aquelas associadas ao Campo Rupestre (Campo Limpo e Campo Sujo) e Cerrado Rupestre (Cerrado Sentido Restrito e Cerradão). 


Onde pode ser encontrado (Área)  

Ilustrações mostrando onde os Latossolos podem ser possivelmente encontrados
Ilustrações feitas por Hélio do Prado, retiradas do site www.pedologiafacil.com.br
É um site incrível, tem muita coisa falando sobre solos

Os Plintossolos ocorrem em regiões com clima quente e úmido, com estação seca bem definida. São encontrados em áreas que possuem relevo plano a suave ondulado (depressões, planícies de inundações, encostas, borda de planaltos, lagoas sazonais, entorno de veredas e fundo de vales) mas podem aparecer também em bordas de chapadas. Geralmente eles ficam localizados em áreas onde o nível freático fica bem próximo da superfície durante parte do ano (ou em áreas que fiquem alagadas por alguma parte do ano). Por conta disso eles costumam ficar encharcados com água durante períodos bem prolongados, o que faz com que eles sejam considerados pouco aerados (tem pouco oxigênio no seu interior). 

Diferente dos Plintossolos Argilúvicos e Háplicos (que ficam encharcados com água) os Plintossolos Pétricos (que são o tipo mais antigo, pois possui a presença da Laterita já formada no seu interior) geralmente ficam menos encharcados ao longo do ano. Eles têm uma drenagem melhor, e por tanto ficam mais secos. 

Os Plintossolos Argilúvicos e Háplicos ocorrem na região Norte, mais especificamente no Tocantins, sul do estado do Amazonas (municípios de Humaitá, Lábrea e Canutama) e Ilha de Marajó. Na região Nordeste, na baixada Maranhense e sul do Piauí. Na região Centro Oeste, em Goiás (Vale do Paranã e Planícies do Araguaia) e Mato Grosso (Pantanal). Já os Plintossolos Pétricos estão localizados de maneira mais restrita aos planaltos das regiões Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso) e aos planaltos e platôs da região Norte (Amazonas, Tocantins). Os Plintossolos ocupam 580.715 km², cerca de 6,82 % da área do território nacional (das 13 classes de solos, são a 4º mais comum). No Cerrado eles são encontrados nas fitofisionomias: Campo Úmido, Cerrado Sentido Restrito, Floresta Estacional (Mata Seca). Na Amazônia, eles são encontrados nas regiões de Cerrado (Roraima e Amapá). 

Onde pode ser encontrado (Vegetação) 

Florestas da Região Norte, Centro Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul 

Floresta Ombrófila Densa

Na região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso) a Floresta Ombrófila Densa recebe o nome de Floresta Amazônica. Nas demais regiões do Nordeste, Sudeste e Sul, a Floresta Ombrófila Densa recebe o nome de Mata Atlântica. 

Na região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso) ela está totalmente na zona tropical (temperaturas médias acimas de 25º C) e praticamente não tem estação seca (tem no máximo 2 meses de seca). Nas demais áreas da região Nordeste, Sudeste e Sul ela está localizada na zona tropical e subtropical, ocorrendo ao longo do litoral. Praticamente também não tem estação seca (tem no máximo 2 meses de seca).
Estrada que passa entre a Floresta Ombrófila Densa
Colniza, Mato Grosso, Brasil
Foto de Marcelo Camargo, retirada do site agenciabrasil.ebc.com.br
Ilustração de uma Floresta Ombrófila Densa
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Densa de acordo com o relevo e altitude Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da Floresta Ombrófila Densa)

A Floresta Ombrófila Aberta recebe o nome de Floresta Amazônica na Região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso).

Na região Norte, Nordeste e Centro Oeste ela está totalmente na zona tropical (temperaturas médias acimas de 25º C) e tem uma estação seca bem leve (acima de 2 meses). 
Floresta Ombrófila Aberta com Cipós
Brasnorte, Mato Grosso, Brasil
Foto de Luiz Alberto Dambrós, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Aberta
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Aberta de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Estacional 

As Florestas Estacionais são chamadas de Floresta Amazônica na Região Norte e Mata Atlântica na Região Nordeste, Sudeste e Sul. No Centro Oeste, as Florestas Estacionais recebem o nome de Mata Seca. 

Florestas Estacionais e seus vários tipos: 

(1) Floresta Estacional Sempre-Verde (Floresta Estacional Perenifólia): as árvores da floresta ficam sempre verdes, mesmo na seca ou no frio. 
Floresta Estacional Sempre-Verde
São José do Ricardo, Mato Grosso, Brasil
Foto de Luiz Alberto Dambrós, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Sempre-Verde de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

(2) Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia): cerca de 20 a 50% das árvores da floresta perdem as folhas, seja por conta da seca (região Norte, Nordeste e Centro Oeste) ou por conta do frio (região Sudeste e Sul).  
Floresta Estacional Semidecidual
São José do Ricardo, Mato Grosso, Brasil
Foto de José Coelho de Araújo Filho
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Semidecidual de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Diferente das regiões Norte, Sudeste e Sul, as Florestas do Nordeste e Centro Oeste possuem mais um tipo de Floresta Estacional. 


(3) Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia): mais de 50% das árvores da floresta perdem as folhas, seja por conta da seca ou por conta do frio. 
Floresta Estacional Decidual
Monte Alegre de Goiás, Goiás, Brasil
Foto de Ricardo Flores Haidar, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Decidual de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Ombrófila Mista

A Floresta Ombrófila Mista recebe o nome de Mata Atlântica na região Sudeste e Sul. 

A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária) está mais localizada na região subtropical (Região Sul) mas também pode ser encontrada nas serras e planaltos da região Sudeste (ou seja, regiões que tem estação fria). É nessa floresta onde se tem as maiores ocorrências de gimnospermas aqui no Brasil. Os principais gêneros encontrados são, Drymis e Araucaria e Podocarpus. 
Floresta Ombrófila Mista no Parque das Araucárias
Apucarana, Paraná, Brasil
Fonte
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Mista de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Os Plintossolos são encontrados em áreas que possuem relevo plano a suave ondulado, mas também podem aparecer em bordas de chapadas (nas mais diferentes altitudes). Isso significa as florestas onde se encontram os Plintossolos vão se enquadrar nas seguintes categorias: 

(1) Aluvial: são as florestas que estão localizadas nas regiões no entorno dos rios, que podem ficar alagadas o ano todo. Também poder ser encontradas em Terraços (Terraços são planícies de inundação bem antigas, que estão nas partes mais altas do relevo). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Aluvial(B) Floresta Ombrófila Aberta Aluvial(C) Floresta Estacional [...] Aluvial e (D) Floresta Ombrófila Mista Aluvial

Nas regiões da Amazônia, essas florestas recebem os nomes de Mata de Igapó e Mata de Várzea, já nas demais regiões, essas florestas recebem o nome de Mata Ciliar, Floresta Ribeirinha. 

(2) Das Terras Baixas: são as florestas que estão localizadas em terraços, planícies e outras áreas planas que não alagam, mas que estão mais próximas dos rios. São as chamadas Matas de Terra Seca. As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas(B) Floresta Ombrófila Aberta das Terras Baixas e (C) Floresta Estacional [...] das Terras Baixas

(3) Submontana: são as florestas que estão localizadas nas partes mais baixas das serras ou planaltos (60 metros a 600 metros de altitude). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Submontana(B) Floresta Ombrófila Aberta Submontana(C) Floresta Estacional [...] Submontana e (D) Floresta Ombrófila Mista Submontana

(4) Montana: são as florestas que estão localizadas nas partes mais altas das serras ou planaltos (400 metros a 1.000 metros de altitude nas regiões mais ao sul e de 600 metros a 2.000 metros de altitude nas regiões da Amazônia). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Montana(B) Floresta Ombrófila Aberta Montana(C) Floresta Estacional [...] Montana e (D) Floresta Ombrófila Mista Montana

(5) Alto – Montana: são as florestas que estão acima dos 2.000 metros de altitude. Essas árvores tem dificuldade de passar dos 20 metros de altura. São as chamadas de “Mata Nebular” ou “Floresta Nebulosa”. As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana(B) Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana 



Cerrado das Regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste 

O nome Savana (Sabana, em espanhol) veio do termo indígena caribenho “Habana”, que era o nome indígena utilizado para chamar os conhecidos “Llanos” da Bacia do Orinoco, no norte da América do Sul (regiões com árvores e arbustos espalhados em campos cheios de gramíneas, que não formam uma mata fechada). 
As Savanas são encontradas na África, Ásia e Oceania, e aqui na América do Sul ela é conhecida (pelos Brasileiros) como Cerrado, mas também pode ser chamada de Tabuleiro, Agreste, Chapada (região Nordeste), Campina, Gerais (região sudeste) e Lavrado (região norte). 
No Brasil, o Cerrado ocupa mais de 2.000.000 km², o que representa mais de 23% do território Brasileiro. Ocorrem em altitudes que variam de 300 metros (Baixada Cuiabana em Mato Grosso), a mais de 1.600 metros (Chapada dos Veadeiros em Goiás). O Cerrado se localiza principalmente em áreas onde o inverno é seco (Junho, Julho e Agosto é o auge da seca) e o verão é chuvoso (Dezembro, Janeiro e Fevereiro é o auge das chuvas). 
No Brasil, o Cerrado pode ser encontrado na região Norte, principalmente no estado do Tocantins e em manchas nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. No Nordeste, em partes dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. Na região Sudeste, principalmente no estado de Minas Gerais e parte de São Paulo. Na região Sul, apenas manchas minúsculas no estado do Paraná. Na região Centro Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. 
No Distrito Federal, 100% da sua área é coberta pelo Cerrado. No estado de Goiás, 97% do estado é coberto pelo Cerrado, apenas 3% do estado é coberto pela Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica), que está localizada na região sudoeste do estado (Bacia Sedimentar do Paraná). Dos 246 municípios goianos, 26 têm ocorrência da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica), sendo que os principais municípios são: Quirinópolis, Marzagão, Cachoeira Alta, Corumbaíba, Paranaiguara, Morrinhos, Santa Helena de Goiás, Inaciolândia, São Simão, Buriti Alegre, Água Limpa, Corumbaíba, Goiatuba e Araporã. 
Fora do Brasil, o Cerrado pode ser encontrado principalmente na Bolívia e no Paraguai. Na Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela, o Cerrado é chamado de Llanos. 
Vários tipos de vegetação (fitofisionomias) podem ser encontradas no Cerrado, desde aquelas mais Florestais (Cerradão) as mais Campestres (Campo Limpo). 

Cerrado Sentido Restrito (Savana Arborizada, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Cerrado Sentido Restrito na trilha do platô da Serra de Caldas Novas
São 2 horas de caminhada até chegar no platô, então por isso minha amiga está sentada no chão (estávamos exaustos)
Foto feita por mim durante visita ao Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN)
Caldas Novas, Goiás, Brasil

(1) Vegetação: vegetação florestal e arbustiva (a maior partes das plantas são arvores, mas tem muitos arbustos e capins). 

(2) Solo: solos profundos (Latossolos, Neossolos Quartzarênicos, Argissolos, Cambissolos), mas não muito ricos em nutrientes. 

(3) Fogo: pega fogo naturalmente (porém o fogo é menos frequente). 

(4) Evolução (clímax): se o solo se tornar mais nutritivo e a frequência do fogo diminuir, o Cerrado Sentido Restrito evolui para o Cerradão. 

(5) Altitude: se o Cerrado Sentido Restrito ocorrer em áreas de afloramento rochoso acima de 900 metros ele passa a ser considerado como um tipo de fitofisionomia do Cerrado Rupestre. 


Campo Sujo (Savana Parque, segundo a nova classificação do IBGE de 2012)
Emas perambulando em um Campo Sujo
Chapadão do Céu, Goiás, Brasil
Fonte

(1) Vegetação: a vegetação é arbustiva (a maior partes das plantas são capins, mas tem muitos arbustos espalhados e algumas árvores isoladas). 

(2) Solo: solos pouco profundos e pobres em nutrientes. Normalmente ocorrem em Neossolos Quartzarênicos, Cambissolo e Plintossolos, mas também podem ocorrer em Gleissolos.  

(3) Fogo: pega fogo naturalmente (pega fogo com frequência). 

(4) Evolução (clímax): se o solo se desenvolver e a frequência do fogo diminuir, o Campo Sujo evolui para o Cerrado Sentido Restrito. 

(5) Altitude: os Campos Sujos que ocorrem em áreas de afloramento rochoso acima de 900 metros são considerados como um tipo de fitofisionomia do Campo Rupestre. 


Campo Rupestre (Savana Parque, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Campo Rupestre (fitofisionomia Campo Limpo) na Serra do Breu
Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil
Foto de Rafael Santiago, retirada do "Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Serra do Espinhaço"


Os Campos Rupestres e Cerrados Rupestres são o conjunto de fitofisionomias associadas aos afloramentos rochosos de formações Quartzíticas (Rocha Metamórfica), Areníticas (Rocha Sedimentar) e Ferríticas (Vários tipos de Rocha) inseridas dentro do bioma Cerrado (Savana) e suas áreas de transição com a Caatinga (Savana Estépica) e Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional e seus vários tipos). Os Campos Rupestres e Cerrados Rupestres que são encontrados em formações ferríticas geralmente são chamados de “Campos Rupestres Ferruginosos” ou “Campos Rupestres sobre a Canga”. 

Eu falo mais a respeito dos Campos Rupestres em uma outra publicação que eu fiz sobre Plantas Carnívoras, gostaria de dar uma olhadinha nela ? É só clicar aqui: "O Habitat das Plantas Carnívoras - Onde elas Crescem ?"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado)
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado) de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado) de acordo com solo e o nível freático (lençol freático)
Ilustração retirada do livro "Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação"


Essa é apenas uma das 13 classes de solos, se você deseja ver as demais, é só dar uma olhada na minha outra publicação: "Solo, Terra e Substrato - Qual é a Diferença ?".

Comentários

  1. cara esses posts são nota 10000000000000000000000000000 !

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    1. Esse seu comentário me deixou com um sorriso enorme no rosto srs. Muito obrigado, fico muito feliz de saber que estou ajudando alguém de alguma forma <3

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  2. Muito bom!!! Me ajudou muuito em um trabalho da facul, sobre plintossolos, obrigada e parabéns!

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    1. Imagina jovem, fico muito feliz de saber que te ajudei, espero que tire 10 hahaha. Brigadão :)

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  3. Através desse posts confirmei o solo da minha terra e região, muito bom, muito detalhado, com informações preciosas, obrigado

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