Onde as Plantas Crescem - Cambissolos

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Perfil de um Cambissolo Háplico
Santa Lúcia do Piauí, Rio Grande do Sul, Brasil
Foto retirada do @pedologando, um perfil maravilhoso do Daniel Pontoni dedicado a divulgar os conhecimentos da Ciência do Solo pelo Brasil

Esse guia é uma continuação da publicação: "Solo, Terra, Substrato - Qual é a Diferença ?"



Origem do Nome

O nome Cambissolo vem o latim “Cambiare”, que significa “Trocar”, em referência ao fato desse tipo de solo ainda estar passando por processos de transformação (ou seja, ainda está se formando).

Por conta disso, eles possuem um Horizonte B bem raso, e esse Horizonte recebe o nome de Horizonte Bi (i de incipiente). 

Formação (Origem Pedogênica)
Os Cambissolos são formados por processos como a Brunificação, Rubeificação ou Ferruginização, que acabam resultando na Liberação e Oxidação do Ferro (Fe). 

Origem Geológica
Rochas Ígneas Básicas (Basalto, Gabro), Rochas Ígneas Ácidas (Granitoides e Gnaisses), Rochas Sedimentares (Folhelho, Argilito, Siltitos, Ritmitos e Margas), Rochas Metamórficas (Ardósia, Filito, Xisto, Metasiltitos, Metargilitos, Metarritmitos e Anfibolitos), sedimentos argilosos, argilo-arenosos e lateritas. 

Tipos de Cambissolos
Com base no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), os tipos de Cambissolos mais conhecidos são o Cambissolo Húmico, o Cambissolo Flúvivo e o Cambissolo Háplico. No Sistema Estadunidense de Classificação de Solos (Soil Taxonomy) ele recebe o nome de “Inceptisols”. 
Tipos de Cambissolos
Foto retirada do poster “Classes de Solos do Brasil”, elaborado por: Ademir Fontana (Embrapa Solos), Fabiano de Carvalho Balieiro (Embrapa Solos) e Marcos Gervásio Pereira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Características dos Cambissolos
Os Cambissolos são um dos solos mais jovens da paisagem (mais jovem que um Argissolo e um Latossolo, porém menos jovem que um Neossolo). As alterações físicas e químicas ainda não estão avançadas nesses solos, então eles costumam ser pouco desenvolvidos. As vezes eles são rasos (0,2 cm) e outras vezes são bem profundos (1 m). Tem vários tipos de cores e sua textura varia de média, argilosa ou muito argilosa. 
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Perfil de um Cambissolo Háplico
Pinhais, Paraná, Brasil
Foto retirada do @pedologando, um perfil maravilhoso do Daniel Pontoni dedicado a divulgar os conhecimentos da Ciência do Solo pelo Brasil
Os Cambissolos podem ser mais secos (os que tem boa drenagem) ou mais úmidos (os que tem mal drenagem). Muitas vezes eles apresentam ter uma superfície pedregosa, cascalhenta ou rochosa e costumam ser bem pobres em nutrientes (na Amazônia eles tem uma deficiência generalizada de nutrientes). 
Eles podem ser solos ácidos a muito ácidos e normalmente não tem valores muito grandes de matéria orgânica. Geralmente os Cambissolos são solos Distróficos (tem nutrientes, mas eles estão em uma concentração mais baixa) ou Álicos (tem poucos nutrientes, e além disso o solo pode ser tóxico por conta da grande concentração de alumínio – esse mineral é tóxico em grandes quantidades). 

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Perfil de um Cambissolo Húmico
Complexos rupestres do sul do estado de Minas Gerais
Fotos de Leonardo Sarkis, retirada do @pedologando, um perfil maravilhoso do Daniel Pontoni dedicado a divulgar os conhecimentos da Ciência do Solo pelo Brasil

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Perfil de um Cambissolo Háplico na beira de um rio
Cascavel, Paraná, Brasil
Fotos de Gustavo Ribas Curcio


Perfil de um Cambissolo Háplico
Fotos de Manoel Batista de Oliveira Neto

Onde pode ser encontrado (Área)  



Ilustrações mostrando onde os Cambissolos podem ser possivelmente encontrados
Ilustrações feitas por Hélio do Prado, retiradas do site www.pedologiafacil.com.br
É um site incrível, tem muita coisa falando sobre solos

Os Cambissolos podem ser encontrados em relevos predominantemente ondulados, forte ondulados ou montanhosos (serras, encostas de campos de altitude, encostas de superfícies aplainadas e riachos). Os Cambissolos ocupam cerca de 462.358 km², cerca de 5,43 % do território brasileiro e ocorrem em todas as regiões (das 13 classes de solos, são a 5ª mais comum). No cerrado ele pode ser encontrado nas fitofisionomias: Cerrado Sentido Restrito e Campo Sujo. No Cerrado, os Cambissolos ocupam uma área de 3,1%. Na Amazônia os Cambissolos ocorrem principalmente na região do Alto Solimões e na bacia do rio Urucu, na Província Petrolífera de Urucu. 

Onde pode ser encontrado (Vegetação)  

Florestas da Região Norte, Centro Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul 

Floresta Ombrófila Densa

Na região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso) a Floresta Ombrófila Densa recebe o nome de Floresta Amazônica. Nas demais regiões do Nordeste, Sudeste e Sul, a Floresta Ombrófila Densa recebe o nome de Mata Atlântica. 

Na região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso) ela está totalmente na zona tropical (temperaturas médias acimas de 25º C) e praticamente não tem estação seca (tem no máximo 2 meses de seca). Nas demais áreas da região Nordeste, Sudeste e Sul ela está localizada na zona tropical e subtropical, ocorrendo ao longo do litoral. Praticamente também não tem estação seca (tem no máximo 2 meses de seca).
Estrada que passa entre a Floresta Ombrófila Densa
Colniza, Mato Grosso, Brasil
Foto de Marcelo Camargo, retirada do site agenciabrasil.ebc.com.br
Ilustração de uma Floresta Ombrófila Densa
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Densa de acordo com o relevo e altitude Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da Floresta Ombrófila Densa)

A Floresta Ombrófila Aberta recebe o nome de Floresta Amazônica na Região Norte, Nordeste (Maranhão) e Centro Oeste (Mato Grosso).

Na região Norte, Nordeste e Centro Oeste ela está totalmente na zona tropical (temperaturas médias acimas de 25º C) e tem uma estação seca bem leve (acima de 2 meses). 
Floresta Ombrófila Aberta com Cipós
Brasnorte, Mato Grosso, Brasil
Foto de Luiz Alberto Dambrós, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Aberta
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Aberta de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Estacional 

As Florestas Estacionais são chamadas de Floresta Amazônica na Região Norte e Mata Atlântica na Região Nordeste, Sudeste e Sul. No Centro Oeste, as Florestas Estacionais recebem o nome de Mata Seca. 

Florestas Estacionais e seus vários tipos: 

(1) Floresta Estacional Sempre-Verde (Floresta Estacional Perenifólia): as árvores da floresta ficam sempre verdes, mesmo na seca ou no frio. 
Floresta Estacional Sempre-Verde
São José do Ricardo, Mato Grosso, Brasil
Foto de Luiz Alberto Dambrós, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Sempre-Verde de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

(2) Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia): cerca de 20 a 50% das árvores da floresta perdem as folhas, seja por conta da seca (região Norte, Nordeste e Centro Oeste) ou por conta do frio (região Sudeste e Sul). 
Floresta Estacional Semidecidual
São José do Ricardo, Mato Grosso, Brasil
Foto de José Coelho de Araújo Filho
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Semidecidual de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Diferente das regiões Norte, Sudeste e Sul, as Florestas do Nordeste e Centro Oeste possuem mais um tipo de Floresta Estacional. 


(3) Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia): mais de 50% das árvores da floresta perdem as folhas, seja por conta da seca ou por conta do frio. 
Floresta Estacional Decidual
Monte Alegre de Goiás, Goiás, Brasil
Foto de Ricardo Flores Haidar, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional Decidual de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Estacional
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Floresta Ombrófila Mista

A Floresta Ombrófila Mista recebe o nome de Mata Atlântica na região Sudeste e Sul. 

A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária) está mais localizada na região subtropical (Região Sul) mas também pode ser encontrada nas serras e planaltos da região Sudeste (ou seja, regiões que tem estação fria). É nessa floresta onde se tem as maiores ocorrências de gimnospermas aqui no Brasil. Os principais gêneros encontrados são, Drymis e Araucaria e Podocarpus.  
Floresta Ombrófila Mista no Parque das Araucárias
Apucarana, Paraná, Brasil
Fonte
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Floresta Ombrófila Mista de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"

Os Cambissolos são encontrados em relevos predominantemente ondulados, forte ondulados ou montanhosos, estando próximos ou não de rios. Isso significa que as florestas onde se encontram os Cambissolos vão se enquadrar nas seguintes categorias: 

(1) Aluvial: são as florestas que estão localizadas nas regiões no entorno dos rios, que podem ficar alagadas o ano todo. Também poder ser encontradas em Terraços (Terraços são planícies de inundação bem antigas, que estão nas partes mais altas do relevo). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Aluvial(B) Floresta Ombrófila Aberta Aluvial(C) Floresta Estacional [...] Aluvial e (D) Floresta Ombrófila Mista Aluvial

Nas regiões da Amazônia, essas florestas recebem os nomes de Mata de Igapó e Mata de Várzea, já nas demais regiões, essas florestas recebem o nome de Mata Ciliar, Floresta Ribeirinha. 

(2) Das Terras Baixas: são as florestas que estão localizadas em terraços, planícies e outras áreas planas que não alagam, mas que estão mais próximas dos rios. São as chamadas Matas de Terra Seca. As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas(B) Floresta Ombrófila Aberta das Terras Baixas e (C) Floresta Estacional [...] das Terras Baixas

(3) Submontana: são as florestas que estão localizadas nas partes mais baixas das serras ou planaltos (60 metros a 600 metros de altitude). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Submontana(B) Floresta Ombrófila Aberta Submontana(C) Floresta Estacional [...] Submontana e (D) Floresta Ombrófila Mista Submontana

(4) Montana: são as florestas que estão localizadas nas partes mais altas das serras ou planaltos (400 metros a 1.000 metros de altitude nas regiões mais ao sul e de 600 metros a 2.000 metros de altitude nas regiões da Amazônia). As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Montana(B) Floresta Ombrófila Aberta Montana(C) Floresta Estacional [...] Montana e (D) Floresta Ombrófila Mista Montana

(5) Alto – Montana: são as florestas que estão acima dos 2.000 metros de altitude. Essas árvores tem dificuldade de passar dos 20 metros de altura. São as chamadas de “Mata Nebular” ou “Floresta Nebulosa”. As florestas localizadas nessas regiões recebem o nome de: (A) Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana(B) Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana


Cerrado das Regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste 
O nome Savana (Sabana, em espanhol) veio do termo indígena caribenho “Habana”, que era o nome indígena utilizado para chamar os conhecidos “Llanos” da Bacia do Orinoco, no norte da América do Sul (regiões com árvores e arbustos espalhados em campos cheios de gramíneas, que não formam uma mata fechada). 
As Savanas são encontradas na África, Ásia e Oceania, e aqui na América do Sul ela é conhecida (pelos Brasileiros) como Cerrado, mas também pode ser chamada de Tabuleiro, Agreste, Chapada (região Nordeste), Campina, Gerais (região sudeste) e Lavrado (região norte). 
No Brasil, o Cerrado ocupa mais de 2.000.000 km², o que representa mais de 23% do território Brasileiro. Ocorrem em altitudes que variam de 300 metros (Baixada Cuiabana em Mato Grosso), a mais de 1.600 metros (Chapada dos Veadeiros em Goiás). O Cerrado se localiza principalmente em áreas onde o inverno é seco (Junho, Julho e Agosto é o auge da seca) e o verão é chuvoso (Dezembro, Janeiro e Fevereiro é o auge das chuvas). 
No Brasil, o Cerrado pode ser encontrado na região Norte, principalmente no estado do Tocantins e em manchas nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. No Nordeste, em partes dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. Na região Sudeste, principalmente no estado de Minas Gerais e parte de São Paulo. Na região Sul, apenas manchas minúsculas no estado do Paraná. Na região Centro Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. 
No Distrito Federal, 100% da sua área é coberta pelo Cerrado. No estado de Goiás, 97% do estado é coberto pelo Cerrado, apenas 3% do estado é coberto pela Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica), que está localizada na região sudoeste do estado (Bacia Sedimentar do Paraná). Dos 246 municípios goianos, 26 têm ocorrência da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica), sendo que os principais municípios são: Quirinópolis, Marzagão, Cachoeira Alta, Corumbaíba, Paranaiguara, Morrinhos, Santa Helena de Goiás, Inaciolândia, São Simão, Buriti Alegre, Água Limpa, Corumbaíba, Goiatuba e Araporã. 
Fora do Brasil, o Cerrado pode ser encontrado principalmente na Bolívia e no Paraguai. Na Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela, o Cerrado é chamado de Llanos. 
Vários tipos de vegetação (fitofisionomias) podem ser encontradas no Cerrado, desde aquelas mais Florestais (Cerradão) as mais Campestres (Campo Limpo). 

Cerrado Sentido Restrito (Savana Arborizada, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Cerrado Sentido Restrito na trilha do platô da Serra de Caldas Novas
Foto feita por mim durante visita ao Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN)
Caldas Novas, Goiás, Brasil
(1) Vegetação: vegetação florestal e arbustiva (a maior partes das plantas são arvores, mas tem muitos arbustos e capins). 

(2) Solo: solos profundos (Latossolos, Neossolos Quartzarênicos, Argissolos, Cambissolos), mas não muito ricos em nutrientes. 

(3) Fogo: pega fogo naturalmente (porém o fogo é menos frequente). 

(4) Evolução (clímax): se o solo se tornar mais nutritivo e a frequência do fogo diminuir, o Cerrado Sentido Restrito evolui para o Cerradão. 

(5) Altitude: se o Cerrado Sentido Restrito ocorrer em áreas de afloramento rochoso acima de 900 metros ele passa a ser considerado como um tipo de fitofisionomia do Cerrado Rupestre. 


Campo Sujo (Savana Parque, segundo a nova classificação do IBGE de 2012)
Campo Sujo na Serra de Caldas Novas
Foto feita por mim durante visita ao Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN)
Caldas Novas, Goiás, Brasil
(1) Vegetação: a vegetação é arbustiva (a maior partes das plantas são capins, mas tem muitos arbustos espalhados e algumas árvores isoladas). 

(2) Solo: solos pouco profundos e pobres em nutrientes. Normalmente ocorrem em Neossolos Quartzarênicos, Cambissolo e Plintossolos, mas também podem ocorrer em Gleissolos.  

(3) Fogo: pega fogo naturalmente (pega fogo com frequência). 

(4) Evolução (clímax): se o solo se desenvolver e a frequência do fogo diminuir, o Campo Sujo evolui para o Cerrado Sentido Restrito. 

(5) Altitude: os Campos Sujos que ocorrem em áreas de afloramento rochoso acima de 900 metros são considerados como um tipo de fitofisionomia do Campos Rupestre. 


Campo Rupestre (Savana Parque, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Campo Rupestre (fitofisionomia Campo Limpo) na Serra do Espinhaço Meridional, Minas Gerais, Brasil
Foto de Miguel Andrade, retirada do "Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Serra do Espinhaço"
Os Campos Rupestres e Cerrados Rupestres são o conjunto de fitofisionomias associadas aos afloramentos rochosos de formações Quartzíticas (Rocha Metamórfica), Areníticas (Rocha Sedimentar) e Ferríticas (Vários tipos de Rocha) inseridas dentro do bioma Cerrado (Savana) e suas áreas de transição com a Caatinga (Savana Estépica) e Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional e seus vários tipos). Os Campos Rupestres e Cerrados Rupestres que são encontrados em formações ferríticas geralmente são chamados de “Campos Rupestres Ferruginosos” ou “Campos Rupestres sobre a Canga”. 

Eu falo mais a respeito dos Campos Rupestres em uma outra publicação que eu fiz sobre Plantas Carnívoras, gostaria de dar uma olhadinha nela ? É só clicar aqui: "O Habitat das Plantas Carnívoras - Onde elas Crescem ?"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado)
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado) de acordo com o relevo e altitude
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana (Cerrado) de acordo com solo e o nível freático (lençol freático)
Ilustração retirada do livro "Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação"


Caatinga da Região Nordeste, Centro Oeste (Pantanal) e Norte (Roraima) 

Caatinga (Savana Estépica, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Savana Estépica Arborizada na estação das chuvas
Madalena, Ceará, Brasil
Na Rocha temos o Cacto Xiquexique (Pilosocereus gounellei)
Foto de Eugênio Vieira Júnior, retirada da página do Facebook “Paisagens da Caatinga

A Caatinga (Savana Estépica) pode ser encontrada amplamente na região Nordeste e em alguns outros estados, como Roraima (Chapada do Surumu no Gráben do Tacutu e no Planalto da Venezuela), Mato Grosso do Sul (Região do Chaco) e no Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul. 
No Brasil a Caatinga (Savana-Estépica) ocorre principalmente no Sertão Árido Nordestino, de clima geralmente marcado por duas estações secas: (1) uma, que é bem longa, e que depois é seguida por chuvas prolongadas, e outra (2) que é uma seca mais curta, e as vezes grandes volumes de chuvas podem ocorrer nela (esses grandes volumes de chuva as vezes são imprevisíveis, pode ficar anos sem cair nenhuma gota de água).


As vegetações que fazem parte da Caatinga (Savana Estépica) são: 

Ps – já vou logo pedindo desculpas ao pessoal do nordeste pela forma como vou falar da Caatinga. A Caatinga (Savana Estépica) é um bioma muito complexo e eu conheço muito pouco sobre ele, por isso fiz essas analogias utilizando o Cerrado (esse bioma eu conheço mais afundo). 

Savana-Estépica Florestada (Caatinga Florestada): é como se fosse um Cerradão, mas ao contrário do Cerradão, não tem só arvores, tem alguns arbustos e capins também.

Savana-Estépica Arborizada (Caatinga Arborizada): é como se fosse um Cerrado Sentido Restrito. Vegetação florestal e arbustiva, sendo que a maior partes das plantas são arvores, mas se tem muitos arbustos e capins. Diferente do Cerrado, na Caatinga (Savana Estépica) muitos arbustos vão ser compostos por espécies de cactos.

Savana-Estépica Parque (Caatinga Parque): seria como o Campo Sujo do Cerrado. Vegetação arbustiva (a maior parte das plantas são capins, mas tem muitos arbustos espalhados e algumas árvores isoladas).


Savana-Estépica Gramíneo-Lenhosa (Caatinga Gramíneo-Lenhosa): seria como o Campo Limpo do Cerrado. Vegetação herbácea (todas as plantas são capins, não tem árvores nem arbustos). 
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana-Estépica
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana-Estépica de acordo com o relevo e altitude na região Nordeste
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana-Estépica de acordo com o relevo e altitude na região Norte (Roraima)
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Savana-Estépica de acordo com o relevo e altitude na região Centro Oeste (Mato Grosso do Sul)
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"


Pampas da Região Sul 

Pampas (Estepe, segundo a nova classificação do IBGE de 2012) 
Estepes com a Palmeira Butiá Anão (Butia lallemantii)
Rio Grande do Sul, Brasil
Foto de Edric

São vegetações fortemente campestres da zona temperada, estão em áreas que tem uma estação chuvosa bem marcada, mas a chuva costuma cair ao longo de todo o ano. Os Pampas sul-americanos são exemplos de Estepes. 
Ocorre desde o Planalto das Araucárias; até as Superfícies meridionais gaúchas do Planalto Rio-Grandense, passando pelo Planalto da Campanha e da Depressão Central. 

Estepe Arborizada (Arbórea Aberta): a vegetação é composta por Arbustos, Cactos e Capins. Cactos e Capins estão situados em áreas de solo raso com ou sem afloramento rochoso, e os Arbustos em solos medianamente profundos. Os solos mais encontrados são Luvissolos, Chernossolos, Vertissolos, Cambissolos e Neossolos Litólicos. 

Estepe Parque (Campo Sujo ou Parkland): seria como o Campo Sujo do Cerrado, porém sem presença de árvores. A maior partes das plantas são capins, mas tem muitos arbustos espalhados. 

Estepe Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo): seria como o Campo Limpo do Cerrado. Vegetação herbácea (todas as plantas são capins, não tem árvores nem arbustos). Geralmente os solos são Neossolos Litólicos ou Neossolos Quartzarênicos. 
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Estepe
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Estepe de acordo com o relevo e altitude na região da Campanha Gaúcha
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Estepe de acordo com o relevo e altitude na região do Brasil Meridional
Ilustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retiradas do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"
Ilustração mostrando os diferentes tipos de Estepe de acordo com o relevo e altitude na região do Uruguai
lustração feita por Veloso, Rangel Filho e Lima, retirada do "Manual Técnico da Vegetação Brasileira - IBGE"


Essa é apenas uma das 13 classes de solos, se você deseja ver as demais, é só dar uma olhada na minha outra publicação: "Solo, Terra e Substrato - Qual é a Diferença ?".

Comentários

  1. Parabéns pelo blog. Tá melhor dividido e explicado do que o próprio site da Embrapa.

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    1. Melhor comentário que recebi esse ano <3, muuuuuuito obrigado mesmo viu, é um super mega elogio pra mim (Embrapa, me contrata kkkkkkk)

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  2. Embrapa, contrata ele ! Rodei a internet inteira e aqui foi o melhor lugar onde pude encontrar o material da forma mais didática, organizada e explicada.

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    Respostas
    1. Meu sonho trabalhar pra Embrapa kkkkk, que Deus te ouça <3. Fico feliz de ter ajudado

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